Estudos focam no controle da ampola-da-erva-mate

O primeiro painel do evento “Erva-mate XXI: Inovação e Tecnologias para o Setor Ervateiro”, promovido pela Embrapa Florestas, em 23/10, contou com a participação do professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Luis Alves, que falou sobre os avanços no controle biorracional da ampola-da-erva-mate.

O inseto sugador se alimenta da seiva e compromete o desenvolvimento da planta, causando queda precoce de folhas, e afeta a qualidade do produto final. Alves destacou que não há muitos trabalhos sobre a ampola e as informações de táticas de controle ou prevenção disponíveis visam, principalmente, evitar que o inseto  atinja o status de praga. Essas medidas envolvem o trato cultural e o controle físico com o uso de armadilhas.

Sobre o controle biorracional, que envolve o uso de produtos naturais, minerais e também inimigos naturais, o professor apresentou resultados de trabalhos desenvolvidos nos últimos dez anos, com destaque para o uso de azadiractina, produto derivado do nim, que está em fase de estudos. “Este produto tem mostrado uma ação interessante, porque também age por contato, em função da própria natureza do produto que é oleoso, mas, principalmente, por ingestão e tem ação sistêmica. Tem multialvos de ação, o que dificulta populações resistentes, afeta os insetos imaturos, alterando a concentração de hormônios e levando à morte e, eventualmente, insetos adultos, afetando as células reprodutoras causando esterilidade”. Alves detalhou os experimentos a campo e finalizou apontando alguns entraves para o controle biológico, como a dificuldade em se registrar produtos e a fragmentação da cadeia produtiva da erva-mate.

A realização do evento contou com apoio do IDR-PR, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A íntegra do Primeiro Painel que teve ainda palestras sobre poda e erva-mate sombreada está disponível no canal da Embrapa no Youtube.