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Etanol turbina exportação brasileira de milho

Febre do álcool nos EUA abre mercado para Brasil ampliar venda externa


Febre do álcool nos EUA abre mercado para Brasil ampliar venda externa a taxa anual de até 10%. A expectativa de analistas de mercado é que a negociação destas exportações aumente à medida que comece a colheita de segunda safra do grão. Segundo algumas empresas, se não houver problema climático, o Brasil poderá colher até 13 milhões de toneladas de milho.

Relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) com projeções mundiais para os próximos 10 anos mostra que já na próxima safra aquele país vai retirar cerca de 10 milhões de toneladas de milho tradicionalmente voltadas para o mercado externo, usando-as internamente.

"Isso abre espaço para o Brasil e a Argentina", diz Paulo Molinari, analista da Safras & Mercado. Especialistas acreditam que, inicialmente, a Argentina abocanhe uma fatia maior deste mercado, uma vez que é tradicional vendedora. Além disso, o tamanho da safra brasileira poderia limitar um crescimento exponencial no próximo ano, uma vez que diferente da soja, mais de metade de produção do cereal é voltada para o mercado interno.

Nas projeções, o Usda não elevou as exportações brasileiras de milho, mantendo-as em patamares de 4,5 milhões de toneladas durante toda a próxima década - fato contestado pelos analistas brasileiros. Mesmo com o crescimento estimado pela Céleres - de taxas entre 6% a 10% ao ano - o Brasil ainda será o terceiro maior exportador mundial de milho ao final de 10 anos.

Incipiente

Desde 2000 que o País está mais atuante no mercado internacional de milho, mas com volumes que variam conforme o tamanho da produção. A expectativa dos analistas é que agora os volumes não fiquem abaixo de 5 milhões de toneladas e "não sobre mais milho" no Brasil. "Vamos ter de aumentar a produção para atender a demanda de exportação", avalia o analista da Safras & Mercado, Paulo Molinari.

A última grande exportação brasileira ocorreu na safra 2000/01, quando foram embarcadas 5,6 milhões de toneladas, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo Molinari, naquela temporada o mercado externo representou uma a solução para o excedente de produção. Agora, alguns analistas acreditam que o País vai produzir para exportar.

Para o analista Fábio Turquino de Barros, da AgraFNP, à medida que começar a falta milho dos Estados Unidos - maior exportador mundial deste cereal - novos compradores devem procurar o milho brasileiro. Atualmente, os principais importadores do cereal cultivado no Brasil são Irã e Espanha. Mas, na avaliação de Sologuren, da Céleres, outros mercados da Ásia e Europa tendem a comprar do Brasil.

Segundo Carlos Cogo, da Cogo Consultoria Agroeconômica, o País poderá, inclusive, ter um prêmio por seu produto - sobretudo pelo não uso de trangênicos. Em seu relatório, o Usda apresenta este nicho de mercado para o Brasil. No entanto, Sologuren acredita que o País deveria usar a tecnologia para aumentar a sua produtividade e, com isso, conseguir atender a demanda mundial crescente.

Além do movimento do milho para etanol nos Estados Unidos, Cogo cita a "saída" da China deste mercado - pois as exportações deste país tendem a cair nos próximos anos, pelo mesmo motivo norte-americano. "Ou seja, o mercado internacional estará demandado", diz.

Limitações

Na avaliação de Barros, apesar de parte das apostas das exportações deste ano sair da safrinha, seria no cultivo de verão que o Brasil teria possibilidade de aumentar a safra para atender ao mercado externo. No entanto, segundo ele, o fator limitador pode ser o preço da soja. "É difícil mudar a cultura, pois a soja tem mais liquidez", afirma.

Sologuren diz que as projeções do Usda mostram uma queda no estoque dos Estados Unidos, que na última década era de 15,2% e na próxima ficará em 5,2%. "Isso significa que qualquer quebra de safra pode trazer problemas para o abastecimento", afirma. O Usda prevê um preço médio de milho para a próxima década acima dos US$ 3 por bushel, ou seja, superiores à média histórica. Segundo Sologuren, os preços atuais já deixam o Brasil competitivo.

Cogo também avalia que a soja possa vir a diminuir o potencial de oferta de milho. Isso porque, em plena colheita dos dois grãos, apenas o cereal está com as cotações em baixa. Segundo ele, considerando os patamares atuais, a expectativa é que no próximo ano cresça o plantio de soja no Brasil.

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