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EUA: problemas climáticos retardam plantio do milho

As cotações do milho em Chicago subiram um pouco nesta semana, fechando o dia 02/05 (quinta-feira ) em US$ 3,62/bushel


As cotações do milho em Chicago subiram um pouco nesta semana, fechando o dia 02/05 (quinta-feira ) em US$ 3,62/bushel, para o primeiro mês cotado, contra US$ 3,47 uma semana antes. A média de abril ficou em US$ 3,57, contra US$ 3,66 em março.

O problema climático que retarda o plantio do milho tem sido o elemento central do movimento de preços em Chicago neste momento. Há ainda projeções de muita chuva no Meio Oeste estadunidense para os próximos 10 dias, inclusive com frio, o que atrasa ainda mais o desenvolvimento da planta semeada.

Em paralelo, o mercado se preocupa cada vez mais com a situação da peste suína africana na China. O desastre sanitário chinês levará a um menor consumo de soja e milho, embora para o cereal a situação seja menos direta porque os chineses possuem amplos estoques do produto e não são agressivos no mercado importador mundial. Todavia, pode haver maiores compras de carne suína dos EUA, fato que elevará o consumo de milho internamente neste país, algo que já começa a mexer com as cotações. Tal quadro pode se estender para o restante de 2019 e, talvez, também para 2020. 

Quanto ao plantio do milho nos EUA, o mesmo chegava a 15% da área prevista até o dia 28/04, contra 27% na média histórica para esta data. Todavia, esta realidade já ocorreu em anos anteriores e, posteriormente, o plantio se recuperou. Portanto, o mercado irá aguardar o desenrolar do clima nas próximas semanas, assim como o relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 10/05, pelo qual se terá uma primeira projeção dos volumes para a próxima colheita.
Quanto às negociações entre EUA e China, o mercado do milho pouco será atingido, porém, segue com atenção as mesmas, pois poderá destravar uma série de negócios entre os dois países caso surja um acordo definitivo. Existe alguma preocupação com o fato de os EUA insistirem em manter algumas tarifas sobre produtos chineses, mesmo após o acordo, fato que pode levar a China a manter as tarifas sobre as importações de soja estadunidense. 

Enfim, as vendas líquidas estadunidenses de milho, para o ano comercial 2018/19, somaram 779.900 toneladas na semana encerrada em 18/04, ficando 6% acima da média das quatro semanas anteriores. O volume ficou dentro do esperado pelo mercado.

Enfim, neste momento começa a entrar no mercado internacional as safras do Brasil e da Argentina, fato que segura os preços mundiais do milho, inclusive em Chicago.

Na Argentina, a tonelada FOB do cereal foi cotada a US$ 152,00, enquanto no Paraguai a mesma recuou para US$ 102,50.

E no Brasil, os preços voltaram a recuar. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 30,30/saco, enquanto os lotes registraram R$ 32,00 a R$ 33,00/saco. Nas demais praças os lotes giraram entre R$ 23,00 em Sorriso e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 34,00/saco em Itanhandu (MG), passando por R$ 33,50/saco em Videira (SC).

O mercado continua com pouca fluidez nos negócios, diante da grande volatilidade do câmbio. Ao mesmo tempo, os operadores acompanham o mercado do clima nos EUA e a possibilidade de os preços do cereal em Chicago subirem nas próximas semanas. Enfim, o clima sobre as regiões da safrinha brasileira se modificou e já há falta de chuvas preocupando o mercado. 

Mesmo assim, por enquanto, a pressão sobre o mercado, especialmente o paulista, continua sendo de preços para baixo na medida em que a colheita da safrinha se aproxima. Por enquanto, os dois fatores que mais podem alterar para cima o preço do milho brasileiro é o clima nos EUA, com uma redução de área semeada naquele país; e o câmbio no Brasil, caso haja maior desvalorização do Real em função da crise econômica e das dificuldades do governo em fazer avançar as reformas, fato que ajudaria a melhorar os preços na exportação, desovando estoques e aumentando os preços internos.

Neste momento, ainda há pressão de venda no disponível e para a safrinha, com as exportações muito lentas. Ofertas para maio e junho mostram compradores paulistas se mantendo entre R$ 33,00 e R$ 35,00/saco no CIF, já incluindo o ICMS. Aliás, pelo lado das exportações ainda não haveria navios para milho no porto de Santos. E sem exportações significativas no restante do ano, os preços do cereal dificilmente irão subir no Brasil. Especialmente se a safrinha pouco sofrer com percalços climáticos.

Por outro lado, há ainda o risco de o Real se revalorizar a partir de avanços na condução da reforma da Previdência e outras ações de recuperação econômica que o governo pretende colocar em prática. Em isto ocorrendo, as vendas externas ficam menos competitivas e a pressão baixista sobre os preços internos do milho tendem a aumentar.

Enfim, a colheita da safra do milho de verão chegou a 76% da área no dia 25/04, contra 84% na mesma época do ano anterior.
 

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