CI

EUA propõem fim da barreira aos têxteis


Os Estados Unidos acenaram ontem (11-02) com retirada, no prazo de cinco anos, das tarifas sobre todos os bens têxteis e de vestuário importados dos países da América Latina. O pacote de propostas visa acelerar as negociações que devem levar à criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), integrando 34 dos 35 países das Américas, exceto Cuba. Robert Zoellick, o representante comercial norte-americano, disse que a maior economia da região está preparada para importar 56% dos produtos agrícolas do continente quando a Alca se efetivar. A meta para a criação do bloco comercial é 1 de janeiro de 2005.

Para os bens agrícolas politicamente sensíveis, como cítricos e açúcar, Zoellick acrescentou que os Estados Unidos propuseram a eliminação de tarifas em momentos específicos, de acordo com cada país da região. Isto pode envolver pelo menos cinco anos, dependendo do país e do tipo de produto agrícola. O presidente (George W. Bush) fez da Alca uma prioridade e anuncia propostas para reduzir barreiras na região , diz.

A idéia do governo norte-americano também é eliminar tarifas de 65% de bens industriais e de consumo com a implementação da Alca. As demais tarifas sobre esses produtos seriam eliminadas até 2015. Os Estados Unidos também propuseram a imediata eliminação de tarifas de forma recíproca quando a Alca entrar em vigor nas seguintes áreas: químicos, equipamentos de construção e mineração, equipamentos elétricos, produtos de energia, produtos ambientais, tecnologia da informação, equipamentos médicos, tecidos sintéticos, papel, aço e produtos de madeira.

A oferta esboçada pelos Estados Unidos para a Alca não foi suficiente para que o Brasil considerasse uma ousadia do governo americano em relação à abertura de mercado. Diplomatas brasileiros afirmam que há pouca clareza sobre o que realmente Washington deverá oferecer ao Mercosul na área agrícola no próximo 15 de fevereiro. "O que o Zoellick apresentou foi só o trailler do filme, com as cenas mais fabulosas", resumiu o embaixador do Brasil diante da União Européia, José Alfredo Graça Lima. "Será necessária uma análise profunda do conteúdo da oferta, como um todo, para constatarmos se realmente é equilibrada e se corresponde aos interesses nacionais", completou.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.