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Evento destaca importância do PNCF para agricultores de SC

Evento une agricultores familiares, representantes do governo federal e estadual, além dos profissionais de assistência técnica


“Desde pequena, meu pai e minha mãe me ensinaram o valor que a terra tem. Agradeço muito por estar trabalhando no que é nosso”, afirma Erica Pagliari, de 21 anos. Foi com histórias como a da família da jovem que o Seminário Estadual de Padronização do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) em Santa Catarina (SC) abriu as atividades nesta quinta-feira (17), no município de São José. O evento se estende até esta sexta-feira (18).

Promovido pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetaesc), a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri), Unidade Técnica Estadual/SAR e a Secretaria Especial da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), o evento une agricultores familiares, representantes do governo federal e estadual, além dos profissionais de assistência técnica, para discutirem sobre o assunto.

O seminário provoca todos os participantes a falarem sobre o PNCF, política pública desenvolvida pela Sead. Segundo dados apresentados pela Unidade Técnica Estadual (UTE), o programa beneficiou 11.785 mil famílias em Santa Catarina, o que corresponde a mais 488 milhões hectares de terras nas mãos da agricultura familiar catarinense, produzindo alimentos diariamente.

O secretário estadual de Agricultura e Pesca de Santa Catarina, Moarcir Sopelsa, destacou a importância do setor para o estado. Segundo ele, é preciso investir em políticas públicas de incentivo ao produtor rural. “Os nossos agricultores não precisam de favor, eles precisam de politicas públicas seguras. Trabalhar eles sabem, mas é preciso agregar valor à essa mão de obra, além de dar oportunidade para eles trabalharem”, afirmou o secretário.

O presidente da Fetaesc, José Walter Dresch, ressaltou que os depoimentos dos agricultores mostraram como um pedaço de terra pode fazer a diferença na vida de muitas famílias. “Nós produzimos um bem muito importante para qualquer ser humano, nós produzimos comida, produzimos alimento. E ainda estamos contribuindo para a permanência dos jovens no campo, que estão tendo um incentivo em ficar”, lembrou.

O evento trouxe ainda palestras sobre o cadastro de usuários de água e o licenciamento da FATMA, além de um treinamento para elaboração de propostas de financiamento.

Exemplo

A história da família Pagliari com o crédito fundiário começou há 15 anos e, desde então, a produção envolve os 11 membros da família, do avô aos netos. Tudo começou quando o agricultor Juraci Pagliari comprou um pedaço de terra, em Ponte Serrada, financiado pelo então Banco da Terra. Juraci estava cansado de ver os filhos trabalhando como operários. Queria ter uma terra para investir e produzir com eles. “Minha terra era muito pequena. Vendi e resolvi comprar uma outra para que meus filhos trabalhassem aqui comigo. Como operário, eles ficavam para lá e para cá trabalhando, agora está todo mundo produzindo junto, aqui”, comemora. 

A força de vontade de Juraci contagiou a família. O filho, que trabalhava em terras arrendadas, decidiu financiar uma propriedade próximo ao pai pelo PNCF. A produção da família, que começou com hortaliças, cresceu para um aviário que produz cerca de 42 mil quilos de frango a cada 40 dias.

A jovem Erica, de 21 anos, já está investindo na terra do pai. Além da avicultura, a família aposta agora na produção de leite e em uma agroindústria de queijo. “Fiz um curso em 2015, no qual elaborei um projeto de agroindústria de queijo. Está funcionando”, conta a agricultora. O queijo feito a partir do leite das seis vacas da propriedade é comercializado nos mercados da região e também para as pessoas que procuram os produtores.

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