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Excelentes forrageiras e vacinação garantem produção leiteira


Leite doce. Inocentemente, poderíamos dizer que esse seria o resultado do uso da cana-de-açúcar na alimentação de vacas leiteiras, exemplo recentemente abordado pelo Canal Rural Net/Sky, neste mês de outubro. Ao pesquisarmos nas propriedades de Pato Branco quanto ao uso da cana para alimentar o gado, temos uma notícia ainda melhor: as pastagens disponíveis aqui são ainda de melhor qualidade. A cana-de-açúcar acaba funcionando só como um socorro para épocas de seca e geada.


A Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro-Rio), em parceria com produtores locais, Secretaria Municipal de Agricultura e produtores rurais do município do Carmo, vem utilizando novas mudas de cana-de-açúcar com finalidade forrageira para substituição das antigas variedades por outras mais precoces, mais ricas em açúcar, com maior produção agrícola e melhor digestabilidade para os animais. Escolher a variedade de cana forrageira adequada é fundamental para a produtividade do leite, pois além de suprir a necessidade alimentar dos animais, ela também favorece o número de partos, o que aumenta a produção de leite. A pecuária leiteira do Estado do Rio de Janeiro é desenvolvida em várias regiões, sendo que em sua maioria a cana-de-açúcar tem sido alternativa alimentar na época seca do ano, onde as pastagens são extremamente fracas, devido à falta de chuvas.

Alto valor nutricional

Que a produção de leite do sudoeste do Paraná é destaque e está em constante expansão, é notícia que temos frequentemente nos veículos de comunicação da região. Em campanha para vacinação dos animais pato-branquenses neste momento contra brucelose e tuberculose (leia destaque), o médico veterinário Francisco José Defaveri, chefe de Divisão Agropecuária da Secretaria Municipal de Agricultura, menciona que “aqui no Sudoeste é bem difícil de achar alimentação de bovinocultura de leite com cana, porque temos forrageiras de melhor qualidade, para produção intensa, mesmo a silagem de milho tem muito mais propriedades que a cana. Nossas pastagens são à base de Tifton, que também tem valor nutricional maior do que a cana. Ele pode ter a cana na época da geada, um quadrado de 10x10 metros. Mas as nossas pastagens perene são as mais tecnológicas que se tem hoje, o top de alimentação. Abaixo do Tifton tem a pastagem de milheto e capim elefante ou colonião, que já são superiores à cana, mesmo utilizando a cana com ureia. Se costuma adicionar ureia para melhorar o nível de proteína. Consegue mais alto nível, mas tem o risco, o produtor tem que saber a dose e medir para não intoxicar o animal, fica muito perto a medida da dose ideal e tóxica”, alertou Defaveri.

Sobrevivemos do leite

Há mais de 20 anos na mesma propriedade, na Comunidade de São Caetano, Domingos Dallagnol vive com a esposa e o filho Andrei, sobrevivendo exclusivamente da renda de bovinocultura leiteira. Eles estão recomeçando, replantando a forrageiras, mas isto tem resultado em melhor qualidade e produtividade do leite.

“Trabalhamos sempre com vaca leiteira. Temos 20 cabeças em lactação. Antes usava bastante pasto comprado. Agora estamos começando a investir no Tifton. Quanto mais recursos melhor. O Francisco está dando assistência. É fundamental para a gente conseguir. A produção de leite aumenta porque se tiver bastante propriedade elas comem melhor e aumenta bem mais a produção. Hoje ainda estou com a média baixa, pela seca e o tempo que ficou sem desenvolvimento. Mas se tivesse bastante pasto renderia mais de 300 litros por dia. Hoje está na base de 230 a 250 litros por dia. A seca e a geada atrapalharam. Agora começou a chuva. A tendência é melhorar a média”, comentou Dallagnol.

O médico-veterinário Francisco Defáveri menciona que tudo é esforço para se adequar à Normativa 62, que entre outras coisas exige do produtor o controle de sanidade através dos exames de brucelose e tuberculose (leia destaque). “Proprietários como Domingos Dallagnol estão implantando a cultura do Tifton porque está vendo a vantagem e a qualidade. Faz dois anos e meio que estamos acompanhando a propriedade e a produção triplicou nesse período com a mesma quantidade de animais”.

Vacinação contra brucelose e tuberculose

A consciência do produtor, aliada ao Programa de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose fazem a linha de frente na sanidade animal em Pato Branco. O médico veterinário da Secretaria Municipal de Agricultura está neste momento visitando as propriedades em campanha de vacinação. Em 2011, o programa garantiu a vacinação de 1.426 animais contra brucelose.


Dentro do programa também são realizados exames para identificar a incidência de brucelose e tuberculose no rebanho de Pato Branco. O Município contribui com 50% do valor das análises. Em 2011, foram realizados 7.582 exames, em 3.791 fêmeas bovinas, contemplando 294 propriedades.

O único destino para o rebanho contaminado com uma das duas doenças é a sacrificação. O que espanta é o retorno de surtos da tuberculose, por exemplo, em humanos. Pelo esquema, a vacinação sai gratuita e o exame, que particular custa R$ 22,00, após o subsídio da prefeitura custa apenas R$ 7,50 por exame.

Em humanos

O surgimento de casos de tuberculose começou a ser investigado pelo Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) de Campinas após a Vigilância Epidemiológica do Estado informar sobre três bebês infectados no município. Em comum, havia o fato de que se tratava de bebês nascidos na maternidade particular Madre Theodora, entre fevereiro e maio deste ano. Com a confirmação dois novos casos, sobe para cinco o número de infectados na instituição.

Mais 13 exames identificaram a presença do bacilo de Koch e há três casos suspeitos sob análise. O hospital informou que, após receber a notificação da Vigilância Epidemiológica do Estado, descobriu que uma técnica de enfermagem estava com a doença. Ela foi afastada e os demais funcionários foram submetidos a exames de raio X e de Derivado de Proteína Purificada (PPD).

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