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Exemplo de 2007 espalha dúvidas sobre o melhor negócio

Os altos e baixos da soja na Bolsa de Chicago têm deixado os produtores confusos


Os altos e baixos da soja na Bolsa de Chicago têm deixado os produtores confusos. A tendência, afinal, é de alta ou de baixa nas cotações internacionais? O recuo das máximas seria apenas uma correção de curto prazo em um mercado altista? Ou anuncia uma reversão de tendência, indicando que os melhores preços da temporada já ficaram para trás?

O temor é repetir o erro cometido há três anos, no ciclo 2007/08. Coincidência ou não, ano de La Niña, mas de safra cheia e preços recordes. No início de 2007, como em 2010, as perspectivas de preço para a colheita não eram favoráveis. Na época, a soja valia pouco mais de US$ 7 o bushel (27.2 quilos) em Chicago. Por isso, quando o mercado avançou a US$ 10, no final daquele ano, parecia um excelente negócio. Afinal, não era possível imaginar que na data de entrega do produto, em março, a cotação alcançaria US$ 15. Mas o mercado foi ainda mais longe. Poucos meses depois, em julho, quando a colheita da safra brasileira já havia sido encerrada, chegou perto de US$ 16,60 o bushel – quase US$ 38 por saca.

A escalada histórica deixou muitos produtores com um gosto amargo na boca, principalmente no Centro-Oeste do país, onde a venda antecipada é uma estratégia de proteção de preço amplamente utilizada pelos agricultores. Quando o preço da soja finalmente deslanchou, algumas regiões de Mato Grosso tinham 80% da safra 2007/08 comprometida. Sem produto disponível, ficaram à margem da bonança.

A combinação praticamente perfeita de preço bom e safra cheia em ano de La Niña de três safras atrás será difícil de repetir. Mas, mesmo que a produção não seja tão boa ou que as cotações não batam recordes neste ano, oportunidades de bons negócios não devem faltar, dizem os analistas consultados pela reportagem.

“Vender depois do pico é difícil. Há uma tendência a adiar a decisão na esperança de que haverá outra chance para acertar o melhor preço. Mas existe a possibilidade de que os US$ 13,30 de 11 de novembro não sejam o pico. Sempre guardo algumas sacas para vender mais tarde e não ficar de fora nesses casos, se a soja for a US$ 15. Dividindo a colheita em cinco partes e fixando metas de preço ou de tempo para vender você aumenta a probabilidade de se aproximar do pico e assegura uma boa média para a safra”, sugere o produtor e consultor norte-americano, Roy Smith, de Nebraska.

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