A exportação de aves deve crescer 10% neste ano em relação ao ano passado. A avaliação foi feita ontem (09-04) pelo diretor industrial da Cooperativa Central Oeste Catarinense (Aurora), Vicenzo Mastrogiácomo, durante o IV Simpósio Brasil Sul de Avicultura, em Chapecó. O diretor da Aurora citou que em janeiro foram vendidas 145 mil toneladas, volume que deve se estabilizar. As exportações aumentaram em janeiro, mas voltaram à normalidade. Mastrogiacomo disse que a guerra não deve afetar as vendas à região, pricipal mercado de aves do Brasil.
O Chefe do Departamento de Vigilância Química da Irlanda do Norte, Glenn Kennedy, que também foi palestrante ontem, disse que a Europa passou a exigir os testes de nitrofurano em 100% das cargas em virtude da detecção da substância, que pode causar câncer, em 56 amostras. Kennedy disse que mais do que os produtos transgênicos, a Europa está preocupada com resíduos de drogas na alimentação. A exigência deve ser cada vez maior. Ele avalia que existe um mercado crescente para o chamado “frango verde”, com alimentação mais natural, mas que tem custos muito altos.
Kennedy acredita que a questão do nitrofurano não deve ter impacto direto nas exportações, pois os produtos são vendidos na Europa com marcas locais. Além disso, lotes de outros países, como a Tailândia, tiveram problemas. Mastrogiácomo disse que as indústrias brasileiras e laboratórios estão se adaptando às exigências da Europa, para manter esse mercado.
Como a produção européia tem limites de crescimento, ele acredita que o Brasil vai continuar a ocupar esse espaço. Há a perspectiva de novos mercados como a China, Índia, Malásia e Cingapura.