CI

Exportação de tabaco cresce 70% no início do ano

Número referente a janeiro e fevereiro indica recuperação da atividade após queda no rendimento de safras anteriores


O tabaco e seus derivados ocuparam a terceira posição no ranking das exportações gaúchas, atrás apenas dos grupos soja e carnes. Os dados fazem parte de levantamento divulgado ontem pela Fundação de Economia e Estatística (FEE). Tomando por base o primeiro bimestre, os embarques de tabaco cresceram 70% em relação ao mesmo período de 2017, diz a FEE. Apenas em fevereiro, as vendas externas somaram US$ 121,7 milhões, um incremento na ordem de 60% ante o mesmo mês do ano passado, quando o valor das exportações ficou em US$ 76 milhões.

Segundo o analista de pesquisa do Núcleo de Estudos do Agronegócio da FEE, Sérgio Leusin Júnior, a produção de tabaco responde por 15% da atividade do agronegócio gaúcho. Dessa forma, qualquer elevação nas vendas tem efeito na economia.

Responsável pelo levantamento das exportações, Leusin diz que a melhora no comércio exterior no caso do tabaco se reflete de duas formas.

“Na microeconomia, o aumento nas exportações pode gerar mais renda na cadeia produtiva. Quando olhamos para todo o mercado, na macroeconomia, o aumento ajuda o País a manter o equilíbrio da balança comercial.”

Por se tratar de um produto com grande representatividade econômica, o tabaco impacta na balança gaúcha. O aumento nas negociações com clientes estrangeiros em fevereiro ajudou a impulsionar todo o comércio exterior do Estado, que apurou crescimento de 46% em volume embarcado.

Expectativa é de aumento na produtividade

Segundo o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), Iro Schünke, durante o ano passado houve um decréscimo no volume de exportações do Brasil.

A safra 2015/2016 foi menor do que a média histórica, em virtude do clima desfavorável no período de desenvolvimento da planta e na fase de colheita. Tanto que o volume da produção ficou na casa das 540 mil toneladas.

Na temporada seguinte – a safra passada –, a produtividade aumentou para 700 mil toneladas, fazendo com que os estoques das empresas fumageiras voltassem a crescer. Foi isso que permitiu a elevação do volume de vendas. “Por conta disso, já no fim do ano passado e início deste ano, houve um aumento nas exportações de tabaco”, afirma Schünke.

O auge das exportações ocorre sempre no segundo semestre de cada ano, quando o tabaco já passou pelas linhas de produção. Devido à recuperação dos estoques com o aumento da produtividade verificado na safra passada, a comercialização de tabaco para o exterior cresceu já nos meses de janeiro e fevereiro.

No entanto, o Sinditabaco ainda não faz previsões para as exportações da safra atual. De acordo com Schünke, até o fim do mês de março, o estudo encomendado anualmente pelo sindicato deverá apresentar o panorama para os próximos meses do ano, com indicativos da safra e da exportação em 2017/2018. “É preciso aguardar essa pesquisa para podermos entender como será o ano de exportações do tabaco a partir dos indicadores apontados no levantamento”, justifica.

Líder mundial

Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), de 1993 a 2017, o Brasil aparece como o principal país exportador de tabaco no mundo. São 25 anos como líder, na frente de grandes produtores como China, Índia e os Estados Unidos. No ano passado, o País manteve a liderança e contabilizou 462 mil toneladas exportadas, que renderam US$ 2 bilhões para o setor.

Do total embarcado, quase US$ 1 bilhão – praticamente a metade – saiu do Brasil a partir das indústrias santa-cruzenses. Durante o ano passado houve ainda um crescimento na exportação de cigarros fabricados em Santa Cruz. Conforme os dados do MDIC, a venda de cigarros no comércio internacional cresceu 98% em 2017.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.