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Exportação registra fraco desempenho no 1º semestre

Na Grande São Paulo, o frango congelado teve valorização de 9,7%, a R$ 4,10/kg na quarta-feira


Os embarques de carnes de frango em 2018 ainda não deslancharam. Relações instáveis com os países compradores e situações internas têm dificultado os resultados do setor avícola. Ao longo deste ano, já foram ao menos três medidas internacionais que restringiram a entrada de frango brasileiro em importantes países demandantes. Além disso, a greve dos caminhoneiros no final de maio no Brasil e o consequente impasse no tabelamento dos preços de frete causados por esta paralisação também prejudicaram as negociações.

Assim, de janeiro a junho de 2018, foram embarcadas 1,8 milhão de toneladas de carne de frango (considerando-se  produtos in natura e processados), segundo dados da Secex, 13,4% a menos que o mesmo período do ano passado e 19,2% abaixo do primeiro semestre de 2016. Especificamente em junho, os embarques de carne de frango somaram 230 mil toneladas, o menor volume desde janeiro de 2007, sendo também 30% abaixo do de maio/18 e 36,5% inferior ao de junho/17, ainda de acordo com a Secex.

A receita de maio para junho caiu 30% e frente a junho/17, 41,3%. No correr da primeira metade do ano, o setor passou
pelo descredenciamento de frigoríficos brasileiros por parte da União Europeia, por alterações nas normas para abate halal de frango – realizadas pelo Conselho de Cooperação do Golfo – e pela sobretaxa imposta pela China às importações de carne de frango, como medida antidumping. De maio para junho, por sua vez, praticamente todos os principais parceiros comerciais da avicultura de corte brasileira reduziram as compras, com destaque para a Arábia Saudita (com redução de 68,4% nesse período), Hong Kong (-51,5%) e União Europeia (-28,2%). Por outro lado, o Brasil conseguiu elevar o volume exportado para outros países (que não se configuram como os principais destinos), como Uruguai, Líbia (para esses dois países, a quantidade embarcada quase triplicou de maio para junho) e Argentina (com o volume quase dobrando no período).

MERCADO DA SEMANA – Entre 4 e 11 de julho, agentes do mercado tinham expectativa de que as vendas se aquecessem, fundamentados no período de início de mês, quando, tradicionalmente, o recebimento dos salários eleva a quantidade demandada. No entanto, em apenas parte das regiões acompanhadas pelo Cepea essa expectativa foi concretizada.

Na Grande São Paulo, o frango congelado teve valorização de 9,7%, a R$ 4,10/kg na quarta-feira, 11. Para o frango resfriado, o aumento no preço foi menos expressivo (de 1,7%), com negócios a R$ 3,76/ kg na quarta. Em Erechim (RS), o valor do produto congelado aumentou 3,2%, sendo negociado a R$ 4,78/kg e para o resfriado, a elevação foi de 4,5%, a R$ 4,88/kg.

INSUMOS – As tensões comerciais entre China e Estados Unidos continuam deixando os players do mercado d e grãos em alerta e, por conseguinte, impactando nas negociações. Entre 4 e 11 de julho, o farelo de soja negociado em Campinas (SP) teve ligeira valorização de 0,9%, a R$ 1.367/t na quarta.

Ainda na região paulista, o preço do milho aumentou 1,5% no mesmo período, indo para R$ 35,99/sc. Esses patamares de preços elevados, associados às dificuldades de escoamento no mercado externo, continuam pressionando a rentabilidade da avicultura.

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