As exportações voltaram a puxar o resultado da Seara Alimentos. O lucro líquido da companhia no primeiro trimestre do ano aumentou 23,5% na comparação com igual período de 2003, para R$ 10,0 milhões. O faturamento líquido cresceu 28,09%, para R$ 524,5 milhões. O diretor-financeiro e de Relações com Investidores da companhia, Ivo Dreher, disse que as vendas externas impulsionaram o balanço, aliadas ao aumento nos preços dos produtos vendidos.
Ele ressaltou, no entanto, que as vendas de janeiro a março são fechadas antecipadamente e não refletem ainda os efeitos na ásia da influenza aviária, conhecida como gripe do frango. O problema na ásia, que atingiu também Estados Unidos e Canadá, fez a demanda externa pelo produto brasileiro aumentar expressivamente e os preços dispararem.
No primeiro trimestre, o comércio internacional da Seara respondeu por 72% do faturamento bruto e também das vendas físicas dos três primeiros meses do ano. A alta na receita bruta com exportações foi de 35,3%, alcançando R$ 399,4 milhões. Em volume, houve uma expansão de 24,6%, para um total de 107,4 mil toneladas.
Apesar do aumento na receita, a Seara Alimentos perdeu margem no primeiro trimestre. A geração de caixa da empresa medida pelo Ebitda passou a ser equivalente a 7% do faturamento líquido do período, comparado aos 8,5% do igual intervalo de 2003. De janeiro a março, o Ebitda foi de R$ 36,6 milhões, após ligeira alta de 4,7%. Dreher explicou que o aumento de preços no mercado externo não compensou a alta de custos no período. Ele explicou que o farelo de soja, principal insumo da produção, teve alta de 25%, pressionando as margens da empresa.
A expectativa do diretor da Seara é de que as margens do segundo trimestre sejam maiores. O desempenho deverá ser impulsionado pelos efeitos da gripe do frango na ásia. Entretanto, ele preferiu não precisar a evolução estimada. Dreher afirmou que a Seara mantém o otimismo com o mercado internacional para este ano. Entretanto, as estimativas para o consumo doméstico esfriaram, com a manutenção dos elevados níveis de desemprego no país. "O mercado interno não promete mais tanto como se esperava".