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Exportações de couros em 2010 somaram US$ 1,74 bilhão em 2010

O total representa um aumento de 50% em relação a 2009


Embora a receita com exportações da indústria curtidora tenha crescido 50% em relação ao ano anterior, recuou 7% ante 2008, ano da crise internacional

As exportações brasileiras de couros e peles, em 2010, movimentaram US$ 1,74 bilhão. Esse total representa um aumento de 50% em relação a 2009, quando o setor apurou US$ 1,16 bilhão, mas está 7% aquém do registrado em 2008, ano da crise econômica mundial, quando foi movimentado US$ 1,88 bilhão.

Em dezembro, a receita das vendas externas de couros bovinos foi de US$ 159,57 milhões, incremento de 22% ante o mesmo mês do ano anterior. As vendas físicas somaram 2,52 milhões peças embarcadas, o que representa um aumento de 7% em relação a dezembro de 2009.

O cálculo é do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço geral da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

“A despeito da recuperação das exportações, o desempenho do setor em 2010 evidenciou os problemas que embaraçam os embarques de couro, como a queda do dólar, principal moeda usada no comércio, e a conseqüente crise cambial”, explica o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich.

Segundo o executivo, a indústria brasileira do couro ainda não conseguiu recuperar o preço médio das vendas pré-crise. “Em 2010, a média mensal dos embarques de couros e peles somou US$ 145,2 milhões, ante quase US$ 160 milhões em 2008”, diz Goerlich.

Além dos efeitos negativos da valorização do real em relação ao dólar, o setor enfrentou graves problemas em outras frentes, principalmente aqueles que compõem o chamado ‘Custo Brasil’: a pesada carga tributária, os atrasos na restituição dos créditos da exportação, as altas taxas de juros e de contribuições sociais, a carência de crédito para capital de giro, a gigantesca burocracia, e o ‘apagão logístico do transporte e embarque portuário cujos prejuízos ao setor curtidor são estimados entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões, salienta o presidente do CICB.

Couro aumenta participação na balança comercial

No entanto, mesmo com todos os desafios e obstáculos, dentre eles o perigo da desindustrialização com o favorecimento das importações, a participação das exportações brasileiras de couro aumentou e a contribuição do setor para o saldo comercial em 2010 chegou a 8,2% contra 4,3% em 2009, 6,9% em 2008 e 5,1% em 2007, ano em que os embarques registraram o marco histórico de US$ 2,19 bilhões.

Wolfgang Goerlich destaca o esforço das empresas curtidoras brasileiras para valorizar o couro brasileiro no exterior, a exemplo da bem-sucedida campanha “Brazilian Leather”, além de iniciativas que aproximam a indústria brasileira do mercado mundial, como a realização das duas edições do Fórum Internacional do Couro, em 2010 e 2011, durante a Couromoda, em São Paulo, maior feira da cadeia coureiro-calçadista. Nesta estratégia empresarial para dar visibilidade mundial ao produto nacional, o CICB programou outro mega-evento, o World Leather Congress Couro que será realizado em conjunto com World Footewear Congress, em novembro, no Rio de Janeiro.

“Essa ações, conduzidas pelo CICB em parceria com a Apex-Brasil, agência vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, estão se tornando referência no setor e seus resultados positivos já refletem na imagem positiva do nosso produto e nas vendas externas”, afirma o executivo.
 
 

Foco nas exportações de produtos de maior valor agregado

Embora ressalte ser difícil fazer previsões sobre as exportações brasileiras de couro devido às incertezas do mercado mundial, Goerlich projeta como meta para 2011 um movimento em torno de US$ 1,8 a US$ 1,9 bilhão.
“Sem dúvida, o crescimento do faturamento dos curtumes brasileiros vai depender mais do aumento da produção e comercialização de artigos de maior valor agregado do que do volume de couros trabalhados. E o setor está no caminho certo, empenhando esforços no aprimoramento da produção”, diz o presidente do CICB.

China+Hong Kong, Itália e Estados Unidos foram os principais destinos do couro nacional em 2010; Brasil também aumenta embarques para o Vietnã, Coréia do Sul, México, Holanda, Tailândia, Cingapura, Costa Rica e Tunísia

No ano passado, os principais destinos do produto nacional foram a China e Hong Kong, com US$ 560,8 milhões, 32,2% de participação e crescimento de 35% ante 2009, Itália (US$ 388,4 milhões, 22,3% de participação e elevação de 46%), Estados Unidos, US$ 189,74 milhões, (11% e aumento de 88%) e Alemanha (US$ 55,4 milhões, crescimento de 90%).

Nos doze meses de 2010, Vietnã (US$ 51,48 milhões), Coréia do Sul (US$ 47,89 milhões), México (US$ 41,78 milhões), Holanda (US$ 37,54 milhões), Tailândia (US$ 24,46 milhões) e República Tcheca (US$ 19,93 milhões) foram outros importantes destinos das exportações brasileiras.

Entre os países que aumentaram as compras do couro nacional no período, destacam-se: Cingapura (US$ 17,7 milhões), Costa Rica (US$ 9,37 milhões), Uruguai (US$ 7,94 milhões) e Tunísia (US$ 5,3 milhões).
 

Ranking dos dez maiores estados exportadores em 2010

O balanço das vendas externas de couros dos estados brasileiros ano passado em relação a 2009 reafirma a liderança de São Paulo como maior exportador nacional (US$ 495,3 milhões, 28,4% de participação), seguido pelo Rio Grande do Sul (US$ 463,94 milhões, 26,6%), Paraná (US$ 177,8 milhões, 10,2%) e Ceará (US$ 163,86 milhões, 9,4%).

Os demais estados são Bahia (US$ 109,35 milhões, 6,3%), Mato Grosso (US$ 90,54 milhões, 5,2%), Goiás (US$ 61 milhões, 3,5%), Mato Grosso do Sul (US$ 58,63 milhões, 3,4%), Pará (US$ 32,96 milhões, 3,4%) e Minas Gerais (US$ 30,13 milhões, 1,7%).
 

As informações são da assessoria de imprensa do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB).

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