CI

Exportações de couros somaram US$ 399,57 milhões até maio

Indústria contabiliza saldo negativo de 55% no acumulado do ano, embora já registre incremento de 11% na receita dos embarques na comparação com abril


As exportações brasileiras de couros atingiram US$ 399,57 milhões nos primeiros cinco meses do ano, com recuo de 55%, ante o mesmo período de 2008, segundo dados elaborados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

A despeito das dificuldades que o setor vem enfrentando, o balanço de maio das vendas externas já aponta um pequeno crescimento nos embarques, de 11% em receita e 3% em volume, quando comparado ao mês de abril. Além disso, dos couros exportados no período, 74,9% (em valor) e 58,2% (em volume) o foram com maior valor agregado (crust + acabados), mantendo o processo evolutivo da agregação de valor nas exportações de couro.

“A queda de 55% nas exportações nos cinco meses deste ano continua sendo conseqüência da crise financeira internacional que afetou a economia americana e se espalhou por quase todos os países a partir de setembro de 2008”, afirma o presidente do CICB, Luiz Bittencourt. Segundo ele, a recessão provocou uma forte queda de demanda, diminuindo a aquisição de couros no setor automobilístico e moveleiro, e se alastrando a vários elos das cadeias produtivas.

“Além desse obstáculo externo, a indústria curtidora também vem sendo afetada pelas altas taxas de juros, excessiva burocracia, precariedade do sistema de infra-estrutura, e, principalmente, falta de capital de giro para as empresas”, destaca o executivo.

Neste sentido, o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil continua pleiteando às autoridades governamentais medidas de apoio, que reduzam o impacto agressivo da crise internacional e considerem a similaridade com as ações que estão sendo implementadas para o setor de carne, pois os obstáculos são semelhantes.

“É fundamental que o governo federal apóie o setor com iniciativas como a criação de linhas de créditos para capital de giro (Banco do Brasil e BNDES), adequação de prazos e encargos de ACC (Adiantamento sobre Contrato de Câmbio), agilização nos ressarcimentos de créditos de exportação e autorização da compensação automática de créditos fiscais”, reitera o presidente do CICB.

Luiz Bittencourt explica que a indústria brasileira do couro vem adotando medidas para se adaptar a este tempo de incerteza da economia internacional, e que se tais medidas não forem implementadas corre-se o risco do sucateamento de parte significativa de um parque industrial.

O executivo salienta o inestimável apoio estratégico da ApexBrasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos para a forte expressão econômica do segmento que movimentou US$ 1,8 bilhão, ano passado e contribuiu em 7% para o saldo da balança comercial brasileira.

Índia, Paraguai e Líbano aumentam as importações de couro

Em maio, os principais destinos do couro brasileiro foram a China e Hong Kong, ambos com US$ 139,78 milhões (35% de participação); Itália, com US$ 97,62 milhões (24,43% de participação); Estados Unidos, US$ 30,67 milhões (7,68%), Vietnã, com US$ 17,25 milhões (4,32%), México, US$ 12,48 milhões (3,12%) e Alemanha, com US$ 11,7 milhões (2,93%).

Neste quinto mês do ano, a Índia aumentou suas compras (12%), somando US$ 4,9 milhões, enquanto o Paraguai continua sendo um dos mercados que mais cresceu (320%), adquirindo US$ 755,37 mil, seguido do Líbano que importou US$ 167,44 mil (incremento de 343%), além da Guatemala (518%), com US$ 42,64 mil. Belarus (ex-República da antiga União Soviética, situada no centro-nordeste da Europa) também foi outro país que aumentou 21,1 vezes as compras do produto nacional, totalizando US$ 20,5 mil.

O Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) é uma entidade federativa que representa, há 52 anos, cerca de 800 empresas de produção e processamento de couro. O complexo industrial emprega cerca de 50 mil pessoas, movimenta um PIB estimado em US$ 3,5 bilhões e recolheu impostos da ordem de US$ 1 bilhão em 2007.
Principais estados exportadores

O balanço das vendas externas de couros dos estados brasileiros no quinto mês do ano, em comparação ao acumulado de 2008, revela que o Rio Grande do Sul continua na posição de maior exportador nacional (US$ 110,62 milhões, 27,7% de participação e queda de 53%), seguido por São Paulo (US$ 96,82 milhões, participação de 24,23% e redução de 67%), Ceará (US$ 42,41 milhões, 10,62% e decréscimo de 49%) e Paraná (US$ 34,78 milhões, 8,75%, e recuo de 21%). Os demais estados são Bahia (US$ 31,36 milhões), Mato Grosso (US$ 22,56 milhões), Goiás (US$ 20 milhões), Mato Grosso do Sul (US$ 13,21 milhões) e Minas Gerais (US$ 12,95 milhões). As informações são de assessoria de imprensa.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.