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Exportações de MT devem crescer 9% em 2017

O comércio exterior de Mato Grosso tem previsão de crescer 8.9% no primeiro semestre de 2017 e 9.7% no fechamento do ano.


O comércio exterior de Mato Grosso tem previsão de crescer 8.9% no primeiro semestre de 2017 e 9.7% no fechamento do ano. A projeção constará na Mensagem da Lei Orçamentária Anual (LOA/2017) e foi feita pela equipe orçamentária da Secretária de Estado de Planejamento (Seplan), com base na série histórica da balança comercial do Estado, divulgada pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

Ela também leva em conta o resultado das exportações de Mato Grosso, que no primeiro semestre de 2016 totalizou US$ 8,2 bilhões, número que representa um crescimento de 25,5% do valor comercializado no mesmo período do ano passado. Em 2015, Mato Grosso exportou US$ 6,5 bilhões de janeiro a julho.

O prognóstico é visto como um dado positivo para a economia, já que o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado - cuja previsão para 2017 é de subir 2% - cresce na direta proporção em que crescem as exportações ao longo de dez anos seguidos, como mostra a série histórica desses dados a partir de 2002. Naquele ano, o PIB de Mato Grosso era de R$ 20,9 bilhões e as exportações chegaram a US$ 1,7 bilhão. Em 2011, nove anos depois, o PIB cresceu 355% chegando a RS 71,4 bilhões e isso só foi possível graças ao volume das exportações, que bateu a casa dos US$ 11 bilhões, ou seja, cresceu mais de 600% no mesmo período.

FEX

Apesar desses valores não se reverterem em Impostos Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para Mato Grosso - pois desde 1996, para tornar os produtos primários mais competitivos no mercado internacional o governo federal editou a Lei Kandir, que os isenta desse imposto - o impacto da ampliação da atividade é positivo ao observar toda a cadeia produtiva do agronegócio. E como forma de compensar os Estados, o Governo Federal criou o Auxílio Financeiro para o Fomento as Exportações (FEX).

“A atividade impacta toda a cadeia produtiva do agronegócio que precisa de insumos, serviços, óleo diesel e mão de obra qualificada. Toda essa atividade gera renda e emprego dentro do Estado, além do ICMS, que não é cobrado no produto principal, mas é cobrado naqueles usados para a produção e isso traz crescimento e qualidade de vida”, explica o servidor da secretaria adjunta de Orçamento da Seplan, Kellinton de Souza, responsável pela análise.

Ele lembra que dados como os do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) podem evidenciar essa avaliação, pois os municípios que vendem esses produtos no mercado externo estão entre os que detêm os maiores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH). Esse é o caso de municípios como Sorriso (0,744), Sapezal (0,732) e Campo Novo dos Parecis (0,734). O IDH de Cuiabá, o maior de Mato Grosso, é de 0,785.

Além da série histórica, Souza explica que considerou análises do Fundo Monetário Internacional (FMI) e análises do Banco Itaú sobre a tendência de crescimento das exportações para a China, nosso principal comprador. As análises dessas instituições indicam aumento da urbanização desse país, que até 2018 pretende aumentar a taxa de urbanização da população em 60%. Em 2015 ela era de 56,1%.

“Apesar dos economistas avaliarem que o nosso principal consumidor, a China, terá uma redução em suas atividades econômicas, mantendo ou reduzindo o mesmo patamar de consumo de 2016, a análise do Banco Itaú informa que reduzirão o consumo de metais, mas manterão e até aumentarão o de produtos alimentícios. O governo Chinês está impulsionando a urbanização e o consumo interno, como política de Estado”, explica Souza.

Produtos

As exportações de Mato Grosso são baseadas em dois setores, o agronegócio e a indústria, que manejam juntos a venda para o exterior de oito principais produtos: soja, milho, carnes, algodão, madeiras, couros, metais e pedras preciosas, entre outros.

E a soja, sozinha, foi responsável por 71% do valor das exportações de 2016, o equivalente a US$ 5,8 bilhões, valor que indicou crescimento de 18,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Em quantidade, Mato Grosso também ampliou a venda de soja de 12,2 milhões de toneladas para 16,1 milhões de toneladas em 2016. Porém, o preço médio do produto recuou 10,1% no mesmo período.

O produto que vem na sequência é o milho que mais que dobrou o valor comercializado nos primeiros seis meses do ano passado, saindo de US$ 570 milhões para US$ 1,2 bilhão. Aqui a quantidade em toneladas também mais que dobrou de três milhões de toneladas em 2015 para sete milhões de toneladas este ano. E o preço teve queda de 11% em relação ao ano passado. Em terceiro lugar aparecem as carnes com US$ 600 milhões. O crescimento do ano passado para cá foi de 5,9% em relação ao ano passado.

O algodão ficou em quarto lugar, com crescimento no valor em dólar de 38% em relação ao ano passado. Esse produto também teve queda no preço de 5% e aumento na quantidade vendida em 44%.

“A vocação produtora e exportadora de Mato Grosso contribui muito para o desenvolvimento econômico do país, para a manutenção do saldo da balança comercial brasileira e com a agenda de inserção comercial internacional do país. Porém, ainda temos desafios, entre eles, o de aumentar nosso intercâmbio com países da América do Sul e ampliar o acesso aos mercados da Europa, EUA e Ásia. E por isso, passa a melhoria da nossa infraestrutura, um dos esforços que o governo busca empreender”, avalia o secretário de Planejamento, Gustavo de Oliveira.

O nosso principal importador continua sendo a China que sozinha foi responsável por consumir 37,8% dos produtos vendidos em 2016. Se comparado ao ano passado, o país comprou 19,32% a mais este ano. Depois vêm Países Baixos, Indonésia, Irã, Tailândia, Espanha, Japão e Rússia.

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