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Exportadores de carne podem ter prejuízo de US$ 100 milhões


A guerra entre os Estados Unidos e o Iraque, iniciada na última quinta-feira, pode causar um déficit de aproximadamente US$ 100 milhões na exportação brasileira de carne bovina (taurina e zebuína) no ano de 2003. Segundo Nelson Pineda, diretor da Área de Rastreabilidade da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), países vizinhos à região em conflito, como Arábia Saudita, Egito e Israel, responsáveis pela compra de 18% do volume exportado anualmente - que em 2002 rendeu US$ 1,2 bilhão - estão na rota da crise internacional. `Teremos grandes problemas com o fluxo de exportação caso a guerra se prolongue por muito tempo`, lamenta Pineda. `Devemos ser cautelosos e considerar toda uma mudança de comportamento e perspectivas no mercado interno e internacional`, acrescenta.

Apesar do panorama parecer desfavorável, a ABCZ vê com otimismo o desempenho do setor neste ano. No primeiro trimestre de 2003, a exportação de zebuínos (80% do rebanho bovino nacional) aumentou 60% em relação ao ano de 2002, enquanto a de carne bovina, de uma maneira geral, segundo dados da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), aumentou 31,1% em comparação ao mesmo ano. `Começamos superando as expectativas, mas ainda não havíamos sofrido nenhuma influência da crise internacional que agora é uma realidade`, alerta o diretor. A economia agropecuária brasileira, que depende da estabilidade no comércio mundial, está à mercê das decisões políticas envolvendo os países em conflito. `Em 2003 a exportação de carne bovina esperava US$1,6 bilhão. Mas tudo depende de como o mundo se comportará diante do novo conflito bélico`, garante Pineda.

Mesmo diante de um futuro incerto, a atual ascensão das exportações neste início de ano carrega junto todos os elos da cadeia produtiva da bovinocultura no País: feiras de animais e máquinas, mercado agro-industrial (fábricas ou bolsas de mercadorias) e leilões tanto de gado de corte como de elite. Com isso, estima-se que o setor como um todo dará sinais de amplo crescimento. `Não podemos parar, ou seja, devemos tentar compensar a instabilidade com um aprimoramento de nossos serviços e conseqüente aumento na qualidade da carne exportada`, afirma Nelson Pineda.

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