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Expozebu começa amanhã em Minas


Criadores prevêem aumento nos negócios na maior feira de gado bovino, realizada em Uberaba. Localizado em Uberaba, no Triângulo Mineiro, o Parque Agropecuário Fernando Costa abre suas portas amanhã para sediar a 69 edição da mais importante feira de gado zebu, a Exposição Internacional de Gado Zebu (Expozebu). Vitrine mundial das raças zebuínas, a Expozebu bateu recorde de número de animais.

Do total de 1.700 zebuínos inscritos no ano passado, o plantel subiu 32%, para 2.260, contingente que levou a Associação Brasileira de Gado Zebu (ABCZ) a improvisar sete pavilhões, além de três pavilhões permanentes que foram inaugurados recentemente para reforçar os já existentes.

Se neste ano se confirmar a taxa de crescimento média de 30% que a exposição tem registrado nos últimos anos, a Expozebu/2003 apresentará um faturamento mínimo de R$ 81 milhões em relação aos R$ 65 milhões de receitas obtidas no ano passado.

Mais leilões

Embora os organizadores prefiram aguardar feira para contabilizar os ganhos, alguns indicativos apontam para um volume de negócios superior a R$ 65 milhões. No início do mês, a ABCZ detectou o aumento de 20% na venda das cerca de 140 áreas de exposição em comparação a igual período de 2002. Além da ampliação no número de animais inscritos, a quantidade de leilões também passou de 36 no ano anterior para 39 neste ano. A considerar os resultados de 2002, só os leilões desta edição deverão movimentar mais de R$ 33 milhões, segundo prevê a entidade.

Os touros e fêmeas de elites que desfilarão nas pistas de julgamento do Parque Fernando Costa, informa o presidente da ABCZ, José Olavo Borges Mendes, terão o brilho compartilhado com as centrais de inseminação artificial e com os embriões e sêmens de animais geneticamente superiores.

Material genético cada vez mais valorizado, há embriões que têm sido arrematados por R$ 50 mil em leilões especializados. Na Expozebu, um dos destaques será o material genético do touro nelore 1646 MN (Fazenda Mundo Novo). Embora falecido, o touro tem tido seu sêmen negociado por até R$ 400 a dose.

"Os plantéis se valorizaram e quanto mais a genética se multiplica mais o rebanho de base se aperfeiçoa. A genética de ponta está chegando ao rebanho comercial", afirma José Olavo ao comentar os ganhos no tempo de abate, a precocidade e a fertilidade das raças zebuínas. O tempo de abate do boi caiu pela metade nos últimos anos, de cinco anos para dois anos e meio.

A partir desta edição, os pecuaristas esperam tirar maior proveito da Expozebu para ampliar a visibilidade internacional da genética zebuína desenvolvida no Brasil. A ABCZ colocou em atividade o Brazilian Cattle Genetics, um núcleo de exposição da genética zebuína que visa expor a competitividade dos embriões, sêmens, e serviços relacionados à reprodução animal a exemplo da sexagem (processo que permite a escolha do sexo dos animais nos processos de reprodução artificial).

A criação de um núcleo específico em genética também visa estimular a atualização dos acordos sanitários por parte dos demais países criadores de zebu que manifestam interesse em comprar material genético do Brasil. Segundo o presidente da ABCZ, até 2006 as centrais de inseminação têm por meta exportar 300 mil doses de sêmen, 20 mil embriões e 350 mil cabeças de animais selecionados para reprodução.

Líder nas exportações

Os criadores de zebu e as centrais de inseminação se mantêm atentos ao interesse do mercado interno pela pecuária. A cada ano aumenta o número de empresários do setor industrial e de prestação de serviço que se interessa em diversificar os negócios investindo em animais de elite usados em reprodução. Em transações que refletem a visão de negócio no retorno e na rentabilidade que o animal pode proporcionar, tem se tornado comum a compra conjunta de fêmeas e touros de elite por empresários de diferentes áreas como do setor serviços, da indústria pesada e do setor de infra-estrutura.

"Há muitos pecuaristas que estão migrando definitivamente para o zebu e há empresários de outros setores muito interessado neste negócio", informa José Olavo Borges Mendes. A ABCZ estima que em cinco anos o Brasil será o maior exportador mundial de carne.

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