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Fábrica repassa altas do algodão

Abit prevê valorização de mais 20% para compensar o impacto do reajuste da commodity


A indústria têxtil registra aumento de 25% nos produtos em consequência da alta no valor do algodão na safra 2009/2010, acumulada em 166%. Além do acréscimo no último ano, a Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) prevê valorização de mais 20% para compensar o impacto do reajuste da commodity, responsável por cerca de 40% do custo de produção dos tecidos. Em Mato Grosso, algumas empresas já sentem os reflexos e amargam queda nas vendas.


O presidente do Sindicato das Indústria de Vestuário de Mato Grosso (Sindivest), Sérgio Antunes, explica que o repasse ao consumidor é inevitável e que a tendência é que os preços continuem em ascensão. Segundo ele, nas empresas onde não houver redução na qualidade os produtos ficarão mais caros. "Não há como absorver tudo, nem repassar tudo também. Porém parte destes incrementos já foram transferidos ao preço final do produto, mas em menor escala".

O proprietário de uma fábrica de uniformes, Idemar Afonso Vieira, afirma que a elevação no valor dos tecidos gerou resposta negativa no mercado. "As vendas reduziram em torno de 20% depois que corrigimos os preços em 10%. O pior é que deve continuar subindo".

Os técnicos da Abit afirmam, por meio da assessoria de imprensa, que as consequências são negativas, com fechamento de algumas fábricas, redução de jornada e concessão de férias coletivas.

Segundo a associação, mais do que a variação de preço, a valorização do algodão está interferindo na exportação da produção brasileira de tecidos e roupas (que está reduzida), e na importação, que ganha participação no mercado interno. Sérgio Antunes, do Sindivest, revela que a perda de espaço para o produto estrangeiro é uma possibilidade e que por isso as empresas locais procuram reduzir gastos para evitar o repasse total das altas.


Nas lojas ainda não há aumento nos preços e a ordem é fazer ofertas para manter vendas. A trainee de uma loja no shopping, Zilda Nunes, diz que por enquanto as roupas não estão mais caras, ao contrário, promoções estão agendadas. No bolso do consumidor, no entanto, a realidade é outra. O comerciário Lucas Sales afirma que os produtos estão custando mais. "Percebemos que tudo está mais caro".

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