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Faep promove seminário sobre o futuro do trigo

O seminário “O Futuro do Trigo” promovido pelo Sistema FAEP e reuniu produtores rurais e técnicos agrícolas para discutir qualidade, manejo, classificação, doenças, clima, variedades e as tendências do mercado do trigo


Londrina e Ivaiporã foram as primeiras das seis cidades, que receberam o seminário “O Futuro do Trigo” promovido pelo Sistema FAEP e reuniu produtores rurais e técnicos agrícolas para discutir qualidade, manejo, classificação, doenças, clima, variedades e as tendências do mercado do trigo. Quatro palestrantes: Lauro Akio Okuyama, do IAPAR; Robson Mafioletti, da Ocepar; Pedro Francio Filho e Pedro Loyola, do Sistema FAEP apresentaram informações e sugestões para os produtores planejarem o plantio da próxima safra diante das novas regras de classificação que devem entrar em vigor em julho de 2011. Além de Londrina e Ivaiporã, Campo Mourão, Assis Chateuabriand, Toledo e Cascavel também recepcionarão o evento.

Em Londrina, durante o evento, a FAEP assinou convênio com o IAPAR para popularizar as publicações técnicas do instituto. “A maioria dos temas que vamos compartilhar são relativas ao manejo de solo, plantio direto, fertilidade e coberturas verdes. Temos o mesmo foco e o mesmo público e com este convênio temos a oportunidade de disseminar o conhecimento adquirido ao longo de anos de pesquisas para um grande número de agricultores” diz o diretor científico do IAPAR, Arnaldo Calozzi Filho.

“Após a rodada de seminários sobre o trigo a intenção é organizar um material específico sobre a nova classificação”, complementa Calozzi. De acordo com Pedro Loyola, economista do Sistema FAEP, que assinou o documento já foram feitas duas publicações um boletim e um folder sobre Terraceamento.

Atenção para sementes

“Manejo da lavoura e doenças, variedades mais adequadas para o cultivo no Paraná e a influência do clima na qualidade do trigo” foi o tema da palestra do engenheiro agrônomo do IAPAR, Lauro Akio Okuyama. Ele alertou os produtores para as novas exigências do mercado. “O produtor precisa estar atento na hora de escolher as sementes, pois vai precisar solucionar a equação produtividade+qualidade. E quando falamos em qualidade falamos de especificações técnicas que o mercado está exigindo”, diz.

Okuyama apontou três pontos onde o produtor pode atuar para melhorar a produtividade da lavoura: 1)Número de espigas por metro quadrado; 2) Número de grãos por espigas, e 3) Peso dos grãos. Ele recomenda aos produtores atenção redobrada na hora definir a cultivare a ser plantada. O engenheiro agrônomo afirmou ainda que o clima na região norte do estado é muito ingrato para a cultura do trigo, mas que existem manejos que ajudam a cultura, como por exemplo, fazer o plantio tardio pode evitar prejuízos.

“Na cartilha que entregamos aos produtores existem tabelas elaboradas pela Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale onde indicamos as melhores cultivares por região. O material também apresenta um zoneamento do estado por clima, cabe ao agricultor analisar e definir seu plantio”, finaliza Okuyama.

Análise do mercado

O engenheiro agrônomo, Robson Mafioletti, da Ocepar, apresentou uma análise de mercado do trigo onde o maior problema é a falta de liquidez. “A cultura do trigo é uma cultura sem pai. Uma prova disso é que nas últimas semanas o preço do trigo no mercado internacional subiu 50% e aqui no Brasil apenas 10%. Falta competitividade e determinação do governo em relação ao mercado do trigo”, diz.

O produtor de trigo no Brasil compete com um mercado totalmente diferenciado. O custo dos insumos e impostos é muito elevado. Um exemplo na Argentina: o agricultor colhe seis toneladas em um hectare, enquanto no Brasil o produtor colhe a mesma quantidade em apenas um hectare. O custo de produção por tonelada de trigo na Argentina é de 100 dólares, no Brasil é de 250 dólares. Hoje o preço do trigo no mercado brasileiro é de R$ 24,90 e o custo de produção é de R$28,00. A saída ou solução de acordo com Robson é a união dos produtores para juntos conquistarem avanços que torne mais viável à cultura do trigo no país.

O produtor de trigo e presidente da Fundação Meridional (que apoia instituições de pesquisa como a Embrapa e o Iapar), Almir Monteselli, concorda com Mafioletti. “Nós temos instituições que defendem os interesses dos agricultores, mas nenhuma delas é só dos produtores de trigo. Precisamos organizar um grupo ou uma comissão que fique trabalhando com exclusividade nos problemas dos produtores de trigo como: liquidez de mercado, custos de cabotagem, insumos, frete, logística e impostos”. Monteselli também aponta uma outra questão do mercado do trigo:” o produtor precisa ouvir o mercado. Ele precisa se conscientizar que a partir desta nova classificação deve conversar com quem vai comprar seu trigo o moinho. Não adianta ter altos índices de produtividade de uma cultivare que ninguém quer comprar.”

Para o produtor de trigo Vitório Venturi, do município de Itamaracá, que também participou do seminário em Londrina o maior problema do trigo é a falta de liquidez. “Precisamos saber do governo se ele quer que a gente continue plantando o trigo? Esta incerteza e competição desleal com o trigo importado não dá pra continuar”, afirma.

NOVA CLASSIFICAÇÃO

O economista Pedro Loyola do Sistema FAEP falou sobre a portaria que define a nova classificação oficial do trigo, que ainda não foi publicada pelo governo federal. “Esta indefinição do governo em relação à publicação e definição das novas regras deixa o setor muito apreensivo” comenta. O economista avaliou ainda a postura do governo de direcionar os leilões para apenas dois tipos e trigo. "Se o governo quer criar quatro classificações para o trigo ele deve realizar os leilões abrangendo todos estas classes e não apenas duas como está ocorrendo - trigo pão e trigo melhorador, pois o produtor que produziu o trigo doméstico ou o trigo básico será prejudicado"diz.

Alternativa de renda

O engenheiro agrônomo, Pedro Francio Filho, apresentou a palestra “Complemento de renda nas propriedades com a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta”, mostrando uma alternativa de renda para os produtores, independente do tamanho da propriedade. “A integração entre lavoura-pecuária-floresta é indicada para as pequenas propriedades e está sendo adotada pelos proprietários de grandes áreas porque é muito rentável”, diz.

Francio destaca outras vantagens da diversificação rural, além do fator econômico: sustentabilidade ambiental, onde o produtor tem condições de ofertar madeira limpa para o mercado consumidor; qualidade de vida promovida pela diversidade de produção; ciclagem de nutrientes devolvendo ao solo substâncias importantes para seu equilíbrio; controle da erosão e conservação do solo; quebra vento – ferramenta que aumenta a umidade do solo, melhora as propriedades químicas, físicas e microbiológicas do solo, reduz o risco de geada, e, melhoria da qualidade da cultura do pasto.
 
As informações são da assessoria de imprensa da Federação da Agricultura do Estado do Paraná - FAEP .

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