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Faesc quer transformar oeste catarinense na maior bacia leiteira do País

Entidade defende medidas para fortalecer a produção primária


O oeste catarinense capitaneará o processo que transformará a região na maior bacia leiteira do País, de acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), José Zeferino Pedrozo. Nesse sentido, a Faesc defende medidas para fortalecer a produção primária leiteira, possibilitando o aumento de produtividade e a geração de mais renda aos produtores, entre elas, projetos de melhoria da qualidade de leite, capacitação técnica de produtores, qualificação de mão de obra, inovação tecnológica, assistência técnica, controle de resíduos contaminantes, defesa sanitária e políticas de crédito.

Santa Catarina é o quinto  produtor nacional, o Estado gera 2,2 bilhões de litros/ano. Praticamente, todos os 190.000 estabelecimentos agropecuários produzem leite, o que gera renda mensal às famílias rurais e contribui para o controle do êxodo rural. O oeste catarinense responde por 73% da produção com cerca de 50.000 estabelecimentos rurais.

Pedrozo observa que a região registra um dos maiores índices de crescimento do País e, por isso, atrai crescente número de novas indústrias de processamento de leite. A média nacional nos últimos dez anos foi de 4,4%, enquanto o oeste expandiu entre 8% e 15% o volume produzido.Os estados de Minas Gerais e Goiás estão perdendo para Santa Catarina e Rio Grande do Sul a posição de grandes produtores de matéria-prima láctea. Atualmente, o sul representa 33% da produção nacional de lácteos.

A cadeia produtiva do leite sustenta 4 milhões de empregos no Brasil e, no campo, constitui-se de 1,3 milhão de propriedades rurais que alojam 23,2 milhões de vacas ordenhadas todos os dias para uma produção de 32 bilhões de litros/ano.

O dirigente prevê que o leite será a principal fonte de renda da maioria dos produtores rurais. Acredita que a produção nacional crescerá fortemente em razão dos investimentos na profissionalização dos produtores rurais através do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e de outras instituições de qualificação. “Há muita margem para crescer porque a produtividade ainda é baixa”, finaliza.

O presidente da Faesc elogia a opção dos laticínios de remunerar os pecuaristas por parâmetros de qualidade. Assevera que pagar por qualidade acelera a adoção de tecnologias e a qualificação dos produtores. Quem não tiver qualidade será expulso da atividade pelo próprio mercado.

Pedrozo defende uma grande campanha para aumentar o consumo interno porque, na avaliação dele, o consumidor desconhece o leite e todos os seus derivados como produtos de alta qualidade para a nutrição humana.

Observa que, em face do encarecimento dos insumos (milho e farelo de soja) o custo de produção de leite no Brasil igualou-se ao dos Estados Unidos. Mesmo assim, a remuneração do produtor é compensatória.

Pedrozo entende que, na esfera do Mercosul, o Brasil vem sendo prejudicado em razão das maciças importações de leite em pó do Uruguai e da Argentina, países onde os custos de produção são menores. Não foram adequadamente discutidas as assimetrias entre os países-membros para que haja igualdade de disputa do mercado: os produtores dos países do bloco não tem os encargos sociais, trabalhistas e tributários do pecuarista brasileiro.

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