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Faesc quer urgentes medidas de apoio aos produtores de arroz

Enquanto o valor de comercialização foi de R$ 18,83/saca, em maio, o custo chegou a R$ 29,63/saca


O mercado do arroz vive mais uma crise. Há excesso de oferta no mercado interno e, para agravar ainda mais o quadro, as importações de países do Mercosul provocaram queda de 33,8% nos preços do arroz em Santa Catarina e na região Sul. Apesar das medidas adotadas recentemente pelo Governo para reduzir os estoques e conter a retração dos valores pagos pela saca de 50 quilos do cereal, os preços não reagiram e a situação dos produtores de arroz continua crítica.


Enquanto o valor de comercialização foi de R$ 18,83/saca, em maio, o custo chegou a R$ 29,63/saca. Outro fator que contribuiu para a queda do preço do arroz foi o aumento 3,7% da área plantada, na safra 2010/2011, em relação à safra anterior.

Diante desde cenário negativo, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, pediu medidas emergenciais de apoio aos rizicultores. A Faesc pediu aos Ministérios das Relações Exteriores (MRE), Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) a suspensão da licença automática de importação do produto da Argentina, Uruguai e Paraguai.
A Federação orienta os produtores de arroz a se anteciparem para pedir prorrogação dos prazos junto aos Bancos. Nesse sentido, Pedrozo destacou a atitude do Banco do Brasil, que anunciou, nesta semana, procedimentos especiais para apoiar os produtores da atual safra de arroz, onde o custo de produção tem se mostrado superior ao preço de comercialização.

Três medidas foram adotadas pelo Banco: o reescalonamento das duas primeiras parcelas dos custeios alongados da safra 2010/2011, para vencimento junto com a última parcela; a prorrogação simplificada das parcelas com vencimento em 2011 das operações de investimento e de custeios prorrogados em anos anteriores, para um ano após o vencimento final da operação e a prorrogação simplificada das operações de custeio da safra 2010/2011, para até três anos, caso, após a comercialização da produção, não seja auferida renda suficiente para a liquidação da totalidade dos compromissos junto ao Banco.

Por outro lado, para os produtores que contratarem Opções de Venda da Conab, cuja data de exercício seja posterior ao vencimento do custeio da safra 2010/2011, será permitido ajustar o vencimento do custeio para época compatível com o vencimento da opção.
O Banco informou a Faesc que, no momento, está adequando suas normas e preparando a operacionalização desta medidas. Nos próximos dias, os interessados deverão comparecer às agências de relacionamento para início da negociação, visto que a necessidade de reescalonamento e prorrogação será estudada de forma individual. Essas medidas não abrangem as operações amparadas no Pronaf, pois já existe uma política de proteção de preço (PGPAF) específica para a agricultura familiar.



ENTRAVES
A Faesc alerta para os graves prejuízos ao agricultor brasileiro causados pela importação elevada de arroz. A safra brasileira deste ano foi de cerca de 13 milhões de toneladas, o suficiente para atender plenamente o consumo interno. E insiste na imediata suspensão das importações de arroz, em especial as originárias do Mercosul. Em um cenário de preços baixos para o produtor, com câmbio que desfavorece a exportação, beneficiando a importação, qualquer medida de apoio à sustentação de preços é ineficaz se não for contida a entrada do arroz vindo de outros países.
“Nesse momento de grave crise, com acentuada queda dos preços no mercado interno, é essencial colocar um fim à licença automática de importação de arroz do Mercosul, a exemplo do que já foi obtido para o leite”, expõe Pedrozo. O quadro é dramático – porque o produtor de arroz, recebe R$ 19,00 pela saca de 50 quilos, enquanto enfrenta um custo de produção de R$ 29,00.
Esse quadro prejudica e desestrutura toda a cadeia produtiva do arroz e gera forte pressão inflacionária.
O ARROZ EM SC
A produção de arroz é a principal fonte de renda para 8.000 produtores rurais em Santa Catarina. O Estado cultiva 155.000 hectares e produz 1 milhão e 40 mil toneladas por ano: 95,5% é plantado em área irrigada. Ostenta a maior produtividade brasileira (7,1 toneladas por hectare) e o recorde mundial (14 toneladas por hectare). A cadeia produtiva do arroz sustenta 50.000 empregos diretos e indiretos. O arroz é cultivado em 60 municípios do sul, norte e Vale do Itajaí.

As informações são da assessoria de imprensa da FAESC.


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