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Falta de armazéns para estocar a safra em Goiás

O sorgo e o milho, que estão saindo do campo, não têm para onde ir


A falta de armazéns para estocar a safra está preocupando os agricultores de Rio Verde, no sudoeste de Goiás. O sorgo e o milho, que estão saindo do campo, não têm para onde ir.

O seu Sílvio Wegener começou a colher a safrinha há duas semanas. Como a chuva ajudou, a lavoura de sorgo produziu acima do esperado. A média está em torno de 90 sacas por hectare, mas a comercialização não tem sido como o agricultor esperava.

"Primeiro, há o problema com a entrega do produto. Nós estamos já com alguns armazéns lotados, que já não recebem mais”, disse seu Sílvio.

O produtor conseguiu negociar 20 mil toneladas com uma agroindústria, mas calcula que ainda sobrem na lavoura cinco mil toneladas. Ele não sabe para quem vender esse restante.

Quem não tem armazém na fazenda, como seu Sílvio, tem que transportar a produção no mesmo dia. O problema é que o escoamento não acontece no ritmo da colheita, o que tem atrasado o trabalho.

Há fila para chegar ao único armazém que tem recebido sorgo em Ri Verde, de acordo com informações dos agricultores.

O problema fez aumentar a concorrência pelo frete, que, segundo os produtores, já encareceu em torno de 30% o serviço. Mas, por causa dos transtornos e do longo tempo de espera, ninguém tem motivos para comemorar.

O seu Silas de Freitas esperava desde o dia anterior para descarregar. “Frete nós temos todos os dia. O problema é fila. Não tem armazém para depositar o grão. E lá na lavoura está tudo cheio. É chegar lá e voltar para trás e ficar mais 24 horas na fila”, reclamou.

Segundo o agricultor Vilmar de Oliveira, há filas tanto para entregar o sorgo quanto o milho. No caso dele, que optou pelo milho transgênico, não há mais nenhuma alternativa no município. A opção será levar o produto para uma cooperativa em Santa Helena, a 30 quilômetros de Rio Verde. O produtor alega que se a Conab, Companhia Nacional de Abastecimento, estivesse recebendo a produção local ou os armazéns não recusassem o milho transgênico, a situação não estaria tão complicada.

“Parece-me que eles estão muito morosos com a situação. Não estão preocupados em receber”, disse seu Vilmar.

De acordo com o último levantamento da Conab, Rio Verde tem armazéns e silos suficientes para 1,5 milhão de toneladas. Não falta espaço, mas este ano ocorreram dois problemas. A Conab teve que alojar 22 mil toneladas de milho da safrinha de 2008 de Mato Grosso. Além disso, muitos armazéns optaram por não receber o milho transgênico, inclusive o da companhia.

“A gente já vinha recebendo o milho convencional. A nossa estrutura operacional não permite que o armazém trabalhe com os dois produtos ao mesmo tempo. Para o sorgo, a gente, nesse momento, ainda não, mas provavelmente agora, na primeira semana de agosto, a gente vai estar em condições de receber sorgo”, avisou Zirvaldo Virolino, gerente da Conab em Rio Verde.

Quatrocentas mil toneladas de milho e 94 mil toneladas de sorgo devem ser colhidas, nesta safra, em Rio Verde.

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