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Falta de chuva já causa prejuízos na agricultura gaúcha

Em Santa Cruz do Sul, as regiões altas são as mais prejudicadas pela falta de umidade


O tempo seco e as altas temperaturas registradas no Rio Grande do Sul começam a trazer prejuízos para a agricultura e colocam em risco o desenvolvimento das lavouras de milho e soja. No Vale do Rio Pardo a última chuva forte ocorreu há cerca de um mês e, em algumas regiões do interior, as plantações estão comprometidas.

Por enquanto ainda não foi possível contabilizar perdas, mas de acordo com a Emater/RS-Ascar se não chover nesta semana muitas lavouras serão perdidas. Nesse caso as famílias devem buscar o Proagro, uma espécie de seguro pago em situações nas quais ocorreram perdas na plantação.

Em Santa Cruz do Sul, as regiões altas são as mais prejudicadas pela falta de umidade. “Estamos chegando ao limite. Se a chuva não vier esta semana as perdas tendem a ser grandes”, alerta o chefe da unidade santa-cruzense, Paulo Zampieri. Ontem dezenas de famílias entraram em contato com a entidade a fim de buscar orientações sobre como proceder diante da estiagem. “Não tem muito o que fazer, apenas esperar”, lamentou.

Dentre as culturas mais prejudicadas estão o milho da safrinha e a soja. Ambas começam a formar os grãos nesta época e por isso requerem umidade. As pastagens também estão sendo afetadas. Nesse caso, segundo Zampieri, até mesmo a produção de leite estaria ameaçada.

A última precipitação verificada no município ocorreu no dia 4 de abril e atingiu 5,8 milímetros. Entretanto, desde o começo do mês a evaporação já chegou a 38 milímetros, o que gera o chamado déficit hídrico. De acordo com o coordenador da Central Meteorológica da Unisc, Marcelino Hoppe, essa diferença é sentida pelas plantas, que têm seu ciclo de desenvolvimento interrompido. Os danos ainda não são maiores, pois em março a chuva foi de 129,8 milímetros, 5,5 a mais do que a média para o mês, e a evaporação foi menor. “Havia um pouco de umidade no solo, mas se formos analisar já estamos sem chuvas constantes há cerca de um mês”, salientou.

AÇUDES

A Secretaria de Agricultura também está atenta ao comportamento do tempo e começa a fazer planos para atender as famílias rurais. Uma das ações previstas, conforme o secretário Ademir Santin, é a construção de açudes e cisternas por meio do programa Pró-Irrigação, que destina recursos para a capacitação do agricultor no manejo da água, a elaboração do projeto técnico, o licenciamento ambiental e a obtenção da outorga do uso da água.

Por meio dele os beneficiados recebem até 80% do valor da obra. A secretaria já começou a cadastrar os interessados em obter o auxílio. “É uma ação mais preventiva, pois agora já não temos muito o que fazer, a não ser torcer para que a chuva venha logo.”

A intenção da secretaria é possibilitar que os demais agricultores também tenham suas reservas, assim como os produtores de hortigranjeiros que mantêm sistemas de irrigação. “Vamos estimular que todos participem desse projeto, pois a água é fundamental para a maioria das culturas”, frisou.
 
Previsão do tempo

A estiagem na região de Santa Cruz do Sul, que vem ajudando a acelerar a colheita das lavouras de arroz, deve prosseguir pelos próximos dias. De acordo com o site www.climatempo.com.br, até sexta-feira não há previsão de chuvas, e as temperaturas tendem a permanecer na casa dos 14 aos 28 graus.

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