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Falta de chuva segue afetando lavouras na região de Santa Cruz do Sul/RS

Estiagem afetou principalmente o desenvolvimento das lavouras que já estavam plantadas


A previsão de seca para as próximas semanas causa aflição nos produtores agrícolas da região de Santa Cruz do Sul (RS), pois eles já sentem os efeitos da falta de chuva desde o começo do mês passado. As precipitações pontuais e localizadas registradas em outubro e novembro não foram suficientes para impedir que o solo secasse com rapidez. O resultado tem sido prejuízos significativos na produção.

A estiagem afetou principalmente o desenvolvimento das lavouras que já estavam plantadas, como milho, arroz, feijão e fumo, mas trouxe danos também às pastagens, prejudicando a produção de leite e carne. Em outros casos, como o da soja, a preocupação está justamente no atraso que a baixa umidade do ar pode causar ao início do plantio, com possibilidades de comprometer a safra.

Nos cálculos da Secretaria Municipal de Agricultura, somente uma precipitação acima de 50 milímetros nos próximos dias poderia salvar as lavouras de danos irreversíveis. A previsão, porém, é de que não haja grande volume de chuva até o final do mês. “Precisamos dessa água para recuperar os mananciais e as pastagens, e então amenizar os problemas”, explica o secretário Ademir Santin.

Em várias localidades, as famílias vêm sofrendo com a seca nos arroios, não só em função da agricultura. Em algumas situações, há falta até para consumo próprio. A Prefeitura foi obrigada a mobilizar um caminhão-pipa para conduzir água até as regiões mais afetadas, dentre elas São José da Reserva e Rio Pardinho.

À falta de chuvas somam-se outros fatores que contribuem para a situação alarmante, como a ausência de sistemas de irrigação e de estruturas de cobertura em boa parte das plantações, que poderiam ajudar a conservar o solo. Para o engenheiro agrônomo da Emater, Assilo Correa Junior, um dos problemas é o fato de o cultivo ser feito de maneira convencional, sendo necessário expor o solo revolvido e fazendo evaporar facilmente a água. “Uma alternativa seria o uso de palhadas para proteger”, aponta. “A questão é que um manejo adequado do solo poderia minimizar os efeitos da estiagem.”

MEL

Embora os danos sejam reconhecíveis, ainda é difícil estimar a dimensão. Entretanto, na última reunião da Associação de Apicultores foi divulgado que em torno de 70% da produção de mel até o momento foi perdida em função da seca. De acordo com o presidente da entidade, Vicente Puntel, as temperaturas baixas registradas na parte da manhã fazem com que as abelhas deixem de sair a campo. Quando saem, os animais ainda encontram dificuldades em colher, já que as plantas estão ressecadas pela baixa umidade e pelo ventos fortes.

Apesar das chuvas localizadas, os danos atingiram todo o interior do município e também Candelária, Sinimbu, Passo do Sobrado e Encruzilhada (RS). Os produtores concentram-se agora em aproveitar o que se podem colher para suprir as demandas em feiras, escolas e mercados do Centro. “Nossa expectativa se volta para a colheita de março e abril, quando esperamos obter resultados melhores”, diz Puntel.

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