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Falta de dragagem emperra porto de Paranaguá

A conclusão foi apontada pelas autoridades responsáveis pela gestão dos portos do País, durante audiência pública no Congresso


A falta de dragagem no Porto de Paranaguá foi o maior problema apontado pelas principais autoridades responsáveis pela gestão dos portos do País, durante uma audiência pública realizada no Congresso Nacional. O Almirante Gerson Ravanelli, diretor de Portos e Costas da Marinha do Brasil, alertou para o risco eminente da proibição da navegação no canal do Porto de Paranaguá. Ele foi uma das autoridades que participou da audiência pública da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados que tratou dos problemas existentes no Porto de Paranaguá.

"Em junho de 2006 a Marinha emitiu uma portaria restringindo o calado dos navios para 11 e 12,5 metros, além da proibição de manobras noturnas. O Canal da Galheta já está numa faixa de apenas 150 metros. Do jeito que está, sem dragagem desde 2003, o canal é um risco à navegação e ao meio-ambiente. Na próxima semana deveremos restringir ainda mais a navegação do canal, em 2008, se nada for feito o canal será impraticável", alertou.

Além dele, participaram da audiência pública o diretor-geral da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), Fernando Fialho; o conselheiro da AEB (Associação Brasileira de Exportadores), Luiz Antonio Fayet; e o presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários, Willen Mantelli. Eles atenderam pedido de convocação apresentado pelo deputado federal Eduardo Sciarra (DEM-PR).

Willen Mantelli destacou que o Porto de Paranaguá vive um momento de caos. "Os produtores do Paraguai deixaram de exportar por Paranaguá, este porto atende oito estados brasileiros, e um festival de liminares da Justiça é que hoje administram o porto, quem paga esta conta?", salientou o empresário, que disse ser o momento da Antaq cassar o convênio de delegação que permite a administração do porto pelo Governo do Estado do Paraná e substituir o atual administrador.

O diretor-geral da Antaq, Fernando Fialho, que está há nove meses no cargo, afirmou que apesar, de algumas melhoras ocorridas no Porto de Paranaguá, existe um clima de beligerância que vem causando grandes prejuízos. "A falta de harmonia na administração do Porto de Paranaguá prejudica o próprio porto, a cidade de Paranaguá, o Estado do Paraná e ainda mais o País".

Sciarra lembrou que foi realizado um pedido para Antaq para que o atual presidente do Conselho de Autoridade Portuária (CAP), Hélio Silva, seja substituído.

Luiz Antonio Fayet, da Associação Brasileira de Exportadores, disse que os problemas gerados pela má administração do Porto de Paranaguá causam reflexos em todos os demais porto brasileiros, mas principalmente aos agricultores brasileiros. Ele lembrou que a atual administração do Porto de Paranaguá tentou aumentar o valor das tarifas de exportação apesar de ter R$ 250 milhões em caixa.

Sciarra disse que a comissão vai fazer uma avaliação dos resultados da audiência para tentar diminuir os danos que o porto tem causado para a economia do Paraná e do Brasil. "Vamos cobrar da Antaq, do TCU e do Ministério Público Federal, se for necessário", afirmou.

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