FAO propõe sustentabilidade para garantir a produção de cereais
Organização da ONU lançou livro “Economizar para crescer”
Agrolink
- Leonardo Gottems
A Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO) lançou esta semana o livro “Economizar para crescer”. A obra propõe um modelo de agricultura que alia práticas sustentáveis, aumento do rendimento de cereais básicos, melhora na qualidade nutricional, redução de custos e menos impacto no meio ambiente.
“Será difícil manter no futuro a produção de cereais como foi feito nas últimas décadas porque, apesar de ainda ser muito alta, diminuiu por hectare”, sustenta Caterina Batello, que é chefe da equipe de Manejo de Ecossistemas na Divisão de Produção e Proteção de Plantas da FAO. Segundo ela, o fundamental é ter um entendimento da capacidade dos ecossistemas.
A publicação destaca que culturas como milho, arroz e trigo fornecem 42,5% de todas as calorias necessárias ao ser humano. Seria necessário aumentar a produção desses alimentos em nada menos que 60% até 2050 para dar conta da demanda mundial, que será de 3,3 bilhões de toneladas anuais.
De acordo com o livro da FAO, os recordes de produção mundial de cereais estão concentrados em algumas zonas degradadas pela monocultura. A prática estaria esgotando o solo, os aquíferos e a biodiversidade.
A organização da ONU defende, como práticas sustentáveis, a adoção da rotação e variação de cultivos, a conservação de solos de forma orgânica e integração das áreas com árvores, gado e aquicultura. Segundo Batello, depois da chamada “Revolução Verde”, agora é a hora da produção sustentável baseada em “conhecimentos intensivos em todos os níveis”.