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Febraban pede ao governo aumento de créditos a agricultores

Bancos privados pretendem ampliar a participação na safra 2011/12


Bancos privados pretendem ampliar a participação na safra 2011/12 e sugerem índices maiores para o crédito e taxas menores de financiamento

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) enviou aos ministérios da Fazenda e da Agricultura um documento sugerindo o aumento das linhas de créditos disponíveis aos agricultores já para a safra 2011/12. Ademiro Vian, diretor adjunto de produtos e financiamentos do órgão, diz que o objetivo da proposta é melhorar as aplicações na produção agrícola brasileira, já que o financiamento bancário é uma alternativa para quem quer investir no campo.

Conforme Vian, neste ano os bancos privados devem alocar R$ 30 bilhões em financiamento para o setor agropecuário, volume 25% superior aos R$ 24 bilhões liberados no ano passado. Ele explica que os recursos emprestados são da chamada exigibilidade, que correspondem a 25% do saldo dos depósitos à vista. O balanço não inclui os financiamentos da exigibilidade dos bancos oficiais, como o Banco do Brasil.

Entre as propostas da Febraban está a unificação dos limites de crédito para R$ 1,3 milhão por beneficiário para custeio da safra e também comercialização, atualmente entre R$ 200 mil a R$ 650 mil. Vian comenta que há dinheiro suficiente para a realização desse aumento de recursos e afirma que o produtor rural tem condições financeiras de arcar com esse empréstimo. Atualmente, a taxa de juros é de 6,75% ao ano. A ideia de ampliar o crédito ao produtor - e ao mesmo tempo aumentar a participação dos bancos privados no segmento do agronegócio brasileiro - vai de encontro à necessidade do produtor que muitas vezes precisa de uma verba maior e acaba recorrendo a outros meios para captar recursos, muitos desses com juros de até 11,75% - base de cálculo da Selic.

Para evitar que o agricultor tenha problemas com encargos tão altos como este e obtenha mais créditos, a federação também pediu a elevação do limite individual de financiamento para atividades que trabalham com integração como avicultura de corte e suinocultura. O limite atual de R$ 65 mil passaria para R$ 100 mil. ''A atual verba que possuímos está defasada, com esse ajuste haverá mais dinheiro injetado nas principais regiões produtoras, principalmente no Paraná'', afirma o diretor da Febraban.

Vian complementa que R$ 65mil não é o suficiente para suprir a elevação de preços que o Brasil vem sofrendo nos últimos anos, no que se refere principalmente a insumos, custo da energia elétrica, acompanhamento do salário mínimo. Além de ampliar os recursos, a federação almeja estender os sistemas de parcerias com as indústrias que servem de facilitadoras na liberação de crédito. Hoje, o que já é uma realidade na avicultura e suinocultura, poderia se expandir para outros setores do agronegócio, como o de produção de tomate e leite.


Para isso, a Febraban pediu que a agroindústria não vinculada à cooperativa tivesse uma elevação de R$ 20 milhões, dos seus atuais R$ 30 milhões, em limite de crédito. Vian diz que o valor presente não supre as necessidades da agroindústria. Nas cooperativas, o problema é o mesmo. Cada cooperado recebe em média R$ 100 mil, o que segundo ele também não é suficiente para suprir suas necessidades. A proposta enviada ao governo pela federação sugere que o valor suba para R$ 250 mil.

O limite máximo voltado para as cooperativas também passaria de R$ 200 mil para R$ 500 mil por associado, acompanhado de um aumento no desconto da nota promissória rural de 7% para 15%. Vian acrescenta que o agricultor brasileiro já assume suas dívidas e quer mais recursos para poder crescer. De acordo com o diretor da Febraban os índices de inadimplência no Brasil variam de 0,7% a 1,6%, número considerado baixo, ''o que deu confiança aos bancos para propor as mudanças''.

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