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Federação da Agricultura de SC aposta em estabilidade na safra de milho


O aumento da produtividade da safra de milho compensará a redução em 3,2% da área plantada no território catarinense. A avaliação é da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc). Essa situação, aliada ao clima favorável para o desenvolvimento da cultura, proporcionará uma produção de 4,3 milhões de toneladas, praticamente a mesma do ano passado.

Com 27 mil hectares de plantio a menos, a previsão inicial do Instituto de Planejamento e Economia Agrícola de Santa Catarina (Cepa) apontava uma produção de apenas quatro milhões de toneladas, 5% abaixo da safra de 2003.

Os produtores catarinenses devem obter a maior produtividade de toda sua história, principalmente nas áreas mecanizadas, onde investiram fortemente em tecnologia, especialmente sementes e insumos, prevê o diretor da federação Enori Barbieri. O maior exemplo dessas áreas está em Xanxerê, no Oeste do Estado, onde a produção deverá chegar a 9.000 kg por hectare ou 150 sacas em média.

Barbieri estima que muitas lavouras atingirão o recorde produtivo de 12 mil quilo por hectare, produtividade superior a dos Estados Unidos e Argentina, líderes mundiais em produção de grãos.

Apesar do bom desempenho das lavouras catarinenses, o Estado importará cerca de 800 mil toneladas para abastecer os plantéis de aves, suínos e bovinos. O consumo nacional em 2004 será da ordem de 40 milhões de toneladas. A "safrinha" que, no ano passado alcançou 13 milhões, terá uma redução este ano para 10 milhões. Por outro lado, os estoques de passagem situam-se em 5 milhões de toneladas. A disponibilidade total - safra principal, safrinha e estoques de passagem - são da ordem de 46 milhões de toneladas, suficientes para as necessidades internas e com excedentes exportáveis.

Calmaria

Os analistas acreditam que o mercado estará calmo em 2004, mas a esperança de remuneração altamente compensadora do milho não deve se concretizar tão rápido. Os preços pagos aos produtores, segundo a Faesc, devem se manter estáveis e oscilarão numa faixa de R$ 15 a R$ 18 por saco. Mesmo não alcançando o preço esperado de R$ 20, os produtores catarinenses terão uma boa lucratividade com a lavoura, pois o preço atual reflete o preço histórico de US$ 6 . Para a Faesc, esse nível de remuneração associado à elevada alta produtividade torna o negócio rentável.

Essa posição, no entanto, não é compartilhada totalmente pelo produtor rural. Gilmar Girardi reclama o baixo preço do milho muitas vezes não compensa os investimentos obrigatórios na preparação da terra e aquisição de sementes. "O milho só dá lucro, onde não é necessário um grande investimento em insumos. A gente continua plantando por teimoso e por necessidade própria de consumo".

Apesar de satisfeito com a lavoura, o agricultor de Chapecó se mostra revoltado e decepcionado com a atual situação de mercado do milho. Girardi lembra que na safra anterior chegou vender os 1.200 sacos colhidos a R$24 cada. Para 2004, ele acredita que o produto deveria valer no mínimo R$20. "Nós não temos grandes perspectivas de preço. Acho que até abril não haverá nenhuma reação".

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