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Feijão ainda não alcança o mínimo

Especialistas avaliam que apesar de paliativas, medidas do governo trouxeram estabilidade ao setor


A intervenção do governo federal, com a definição de preço mínimo e linhas de aquisição e escoamento, teve efeito positivo no mercado do feijão no Paraná. Embora o valor praticado esteja abaixo do mínimo de R$ 80,00 - a saca estava sendo comercializada a R$ 71,96 na última quarta-feira -, analistas avaliam que produtores estariam enfrentando situação muito mais grave se essas medidas não tivessem sido adotadas.

Desde o mês de janeiro, 95 mil toneladas do produto foram retiradas do mercado pelo governo. Segundo Margorete Demarchi, técnica do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura, o governo colocou em estoque 63 mil toneladas por meio de Aquisições do Governo Federal (AGFs), outras 1.784 toneladas foram escoadas pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e outro montante pelo Prêmio de Escoamento de Produto (PEP).

A técnica esclarece que com a AGF o governo forma estoques; as outras duas linhas servem para escoamento da produção. Com o PAA, o governo compra produtos de agricultores familiares - no caso do feijão, produtores receberam R$ 87,60 pela saca, acima do preço mínimo estabelecido. O PEP é uma subvenção pela qual o segmento adquire produto de agricultores ou cooperativas.

Produtores se ressentem dos efeitos das safras de 2007/2008, que determinaram alterações na área plantada. De acordo com Demarchi, como houve baixa remuneração em 2007, os produtores optaram por plantar menos. ''Naquele ano, foi a menor área de feijão, no Estado, com redução de 30%, na primeira safra'', diz Margorete. O Paraná passou dos 409 mil hectares para apenas 287 mil hectares.

No ano seguinte, houve redução de oferta e especulação. Nos dois primeiros meses de 2008, a saca do feijão de cor alcançou R$ 170,00 e alguns cerealistas chegaram a oferecer R$ 300,00.

Naturalmente, o mercado arrefeceu tempos depois. Na safra 2008/09, houve um aumento de 27% na área plantada, incremento reforçado pelo preço mínimo, que passou dos R$ 47,00 para R$ 80,00. Os preços caíram e o setor passou a reivindicar medidas governamentais para estabilizar os preços.

Este ano, os preços, apesar de abaixo do mínimo, estabilizaram e nesta semana passaram a barreira dos R$ 70,00 (feijão de cor). Na primeira safra foram plantados pouco mais de 366 mil hectares e colhidas 405 mil toneladas. Na segunda safra, os 261,6 mil hectares renderam 341,8 mil toneladas. Na terceira safra, plantada em maio, foram cultivados 8 mil hectares e a estimativa de produção é de 8 mil toneladas.

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