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Feijão e pulses viram tendência mundial

Aumento previsto no consumo de pulses, seja feijão, ervilha, lentilha e grão-de-bico – por diferentes razões


Pela primeira vez, o evento mais importante do mundo de pulses aconteceu no Brasil: foi no Rio de Janeiro, entre os dias 10 e 13 de junho. Mais de 600 pessoas de 45 países estiveram presentes para a Convenção mundial de Pulses 2019 realizada pelo GPC Global Pulses Confederation e o 7º Fórum Brasileiro do Feijão.

De acordo com o presidente do Ibrafe (Instituto Brasileiro do Feijão, Pulses e Colheitas Especiais), Marcelo Lüders, a imagem dos pulses saiu fortalecida no País que tem o feijão como símbolo maior de sua gastronomia, além de ser um dos maiores consumidores mundiais. “O tradicional networking que ocorre nestas convenções do GPC ganharam um tom jamais visto, havia um ar otimista e alegre no ar, apesar dos sempre presentes desafios inerentes a responsabilidade de alimentar o mundo”, comentou.

Para Lüders, não é sem razão a sensação correta de otimismo com a tendência global de aumento previsto no consumo de pulses, seja feijão, ervilha, lentilha e grão-de-bico – por diferentes razões. Segundo o presidente do Ibrafe há, pelo menos, quatro razões básicas que dão ao setor um horizonte bastante promissor. 

A primeira é a sustentabilidade do planeta e da vida humana, que depende de o consumo aumentar para 75 gramas por dia, segundo a prestigiada revista Lancet. Isto significa mais do que dobro do que o brasileiro consome hoje de feijões. “A melhor forma de fixar nitrogênio no solo e a menor taxa de conversão de recursos naturais por quilo de proteína é de longe alcançada pelos pulses”, lembra Lüders.

Em segundo lugar vem a onda de veganismo, que ganha adeptos a uma velocidade nunca vista. “Atualmente só no Brasil há 30 milhões de veganos, número que cresce mais de 20% ao ano, sem falar nos adeptos da segunda-feira sem carne”, afirma o dirigente.

Ainda outro fator é a necessidade de “conter a migração”. Para isso, de acordo com o representante da cadeia do feijão, é preciso que se aumente a produção, somando-se ao dos primeiros itens à necessidade de produção é crescente. Por fim, há também o fato de que os pulses se tornam matéria prima para uma infinidade de sub-produtos. “Investimentos no Canadá e na Austrália ocorrem em parcerias com universidades, governo, produtores e indústrias. O fenômeno já começa a chegar no Brasil”, conta ele.

A China, comprovando as previsões dos eventos anteriores do GPC, está diminuindo a produção de vários feijões e vai se tornando importadora. Nos contatos mantidos com autoridades ligadas ao governo chinês foram dados passos importantes para estabelecer um acordo que permita a exportação de volumes crescentes de feijões, revela Lüders. 

A nova presidente eleita para presidir o GPC Global Pulse Confederation é Cindy Brown, empresária e produtora de feijões vermelhos nos Estados Unidos. Ela tem sido uma grande incentivadora de ações que contribuam para aumento do consumo e o protagonismo do GPC será ainda maior na gestão da nova presidente.

Os painéis do evento realizado no RJ envolveram 57 especialistas e debatedores que construíram o panorama para os próximos meses em cada um dos pulses com maior volume de negócios ao redor do mundo. Dois anúncios fecharam o ultimo dia do evento: O Ibrafe prosseguirá sendo o representante do Brasil no Conselho Executivo do GPC e será realizado em junho de 2020, em Cuiabá, o 8º Fórum Internacional do Feijão, Pulses e Colheitas Especiais. Será um evento internacional de três dias com delegações de vários países.

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