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Feiras fazem elo entre produtor e consumidor

Cuiabá tem 52 feiras livres onde atuam cerca de mil feirantes de terça a domingo


Cuiabá (MT) tem 52 feiras livres onde atuam cerca de mil feirantes de terça a domingo

Praticamente todos os dias semana, em algum bairro da cidade há comerciantes se movimentando nas chamadas feiras livres. Muita gente espera a semana toda pelo dia da feira no bairro e prefere fazer as compras mais perto de casa.

Em Cuiabá são realizadas 52 feiras livres que acontecem de terça a domingo em diversos bairros e onde atuam aproximadamente 1.000 feirantes. Para tratar da relação deles com os pequenos produtores foi realizado na semana passada o 1º Seminário das Feiras Livres de Cuiabá com o objetivo de debater propostas de políticas públicas que fomentem o desenvolvimento do setor. Com o tema Organizar para valorizar nosso feirante, foram apresentadas as seguintes palestras: Histórico e Diagnostico das Feiras Livres de Cuiabá; Regular o Abastecimento de Alimentos para a Copa do Mundo de 2014; Oportunidade de Financiamentos através de Linha de Micro Crédito; Direito Previdenciário/Aposentadoria para Feirantes; O Feirante Empreendedor Individual; Novo Modelo de Funcionamento das Feiras Livres (Proposta de Reformulação do Decreto Municipal 4.461/2006 que dispõe sobre o funcionamento das Feiras Livres no Município de Cuiabá), entre outros.


O secretário de Trabalho e Desenvolvimento Econômico de Cuiabá, Dilemário Alencar, explica que o seminário é um importante espaço para discutir a atual situação das feiras livres. Assim, novas propostas de políticas públicas
podem ser construídas para este importante setor. O objetivo é a sua organização para atrair cada vez mais consumidores, bem como turistas que estarão em grande número com a realização da Copa do Mundo 2014. O
evento foi realizado pela Prefeitura de Cuiabá, por intermédio da Secretaria Municipal de Trabalho, e contou com o apoio e a participação de entidades representativas dos feirantes, Sebrae/MT, Vigilância Sanitária, Instituto
de Peso e Medidas de Mato Grosso, Ministério Público Estadual e a Secretaria Extraordinária da Copa.

Nas feiras livres da Capital predomina a comercialização de produtos hortifrutigranjeiros, gêneros de primeira necessidade, entre eles cereais, carnes bovina, suína, de frango e de peixe, além de doces caseiros, lanches, conservas, frios e lacticínios, temperos e muitos outros.

O presidente da União das Feiras e Bairros de Cuiabá (EFBC), Pedro da Silva Albuquerque, mais conhecido como “Pedrinho da Feira”, diz que o setor têm muitas carências a serem supridas. Entre elas que seja estabelecida uma padronização para todos os bairros, instalação de banheiros químicos nos locais, mais segurança da Polícia Militar, linhas de financiamento mais acessíveis para os feirantes, entre outros. “O nosso trabalho não é fácil, chegamos aos bairros por volta das 16 horas e ficamos até as 23 horas e não há banheiros. Daí temos que ficar pedindo favor nos estabelecimentos comerciais vizinhos, quando tem. Além de outras questões que precisam ser melhoradas”.

Um dos principais problemas dos feirantes de Cuiabá é o abastecimento, isso porque a maioria dos produtos hortifrutigranjeiros comercializados vêm de estados como Goiás, Paraná, São Paulo e Minas Gerais. No início deste ano, foi criada a Associação dos Agricultores Familiares do Município de Cuiabá (Agrifac), o que fez com que os pequenos produtores da Baixada Cuiabana tenha esperanças de que pelo menos parte dos seus principais problemas sejam resolvidos, sendo um deles a comercialização de seus produtos. O presidente da Agrifac, Dorival Rigotti, bem como alguns produtores, participaram do 1º Seminário das Feiras Livres.

Segundo Rigotti, produzir não é o problema, em qualquer propriedade ou assentamento da Grande Cuiabá há famílias de agricultores produzindo alguma coisa. “Por mais que os pequenos produtores plantem, colham, tirem o leite, fabriquem doces, rapaduras, queijos, entre outros, na hora de vender não há destino certo. Daí surge o desânimo e grande parte dessas pessoas passam a produzir para consumo próprio. É exatamente isso que queremos mudar, organizando esses produtores. E, se nos unirmos ao setor dos feirantes, que seriam nossos maiores clientes, certamente tantos os nossos problemas como os deles estariam resolvidos”.


O produtor de flores tropicais Paulo Augusto Benetti, proprietário do sítio Flores de Gileade, na Comunidade Bela Vista, em Cuiabá, diz que hoje seu produto não é comercializado nas feiras livres. Contudo, se houver um entendimento entre os setores seria perfeitamente viável distribuir para os feirantes interessados. De forma que tanto ele como quem se disponibilizasse a vender suas flores teriam um lucro satisfatório. E, os clientes ainda mais, pois comprariam um produto com um preço mais atrativo e vindo diretamente do campo.

O feirante Manoel Antônio de Miranda, conhecido por clientes e amigos como “Manoel do Porco”, reclama de problema de distribuição e logística. O feirante está há mais de 30 anos na atividade da venda de porcos caipira na feira do bairro Osmar Cabral, mas não consegue produzir o suficiente para atender a demanda. “Há pessoas que tem o produto de qualidade e boa procedência, porém existe dificuldade de comunicação com elas e também para o transporte. Por isso se nos unirmos todos sairíamos ganhando. O mesmo diz o feirante Genivaldo Delmontes, que ha mais de 20 anos comercializa quebra-queixo, cocada, maçã do amor, batata frita, entre outros, nas feiras dos bairros Jardim Industriário, Jardim Liberdade e Osmar Cabral.

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