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Fenasul poderá vender gado inteiro

Medida assegura oferta de três mil animais em remate. Setor alerta para falta de fiscalização de regras


A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Rio Grande do Sul (SAA) alterou o regulamento de participação de animais em exposições oficiais de terneiros com objetivo de garantir a oferta da 3ª Feira do Terneiro, Terneira e Vaquilhona, que ocorre no próximo dia 25, durante a 1ª Fenasul, em Esteio. A circular do Departamento de Produção Animal (DPA), enviada ontem às inspetorias veterinárias, libera a venda de exemplares inteiros.

A medida atende à solicitação dos organizadores da Fenasul e é restrita à feira. Para as demais exposições continua valendo a exigência de animais castrados. Mas fontes do setor afirmam que a regra estaria sendo desrespeitada em diversas mostras devido à precária inspeção. O coordenador da Divisão de Fiscalização da Defesa Sanitária Animal da SAA, Antônio Carlos Ferreira Neto, disse desconhecer qualquer denúncia e assegura que todos os leilões são acompanhados, inclusive os particulares.

Sem a mudança, os organizadores da Fenasul não conseguiriam colocar 3 mil exemplares em pista, admite o presidente da Gadolando, José Ernesto Ferreira. O dirigente explica que, por causa da estiagem, muitos criadores deixaram de castrar os terneiros para evitar maior perda de peso e estresse no manejo. A diretora do DPA, Ildara Vargas, garante que sanitariamente não há problema. A preocupação é com os reflexos negativos na qualidade em pista.

A veterinária Sônia Desimon, do Núcleo Agropecuário da Emater, explica que o procedimento afetará a genética do rebanho se o terneiro for usado para reprodução ao invés de ser abatido. Além disso, a castração permite a obtenção de lotes mais padronizados e uniformes, enumera o chefe de Exposições e Feiras da SAA, José Arthur Martins, contrário à medida. "Numa feira em Esteio, que se quer fazer uma exposição de qualidade, isso não poderia acontecer", pondera o dirigente.

O diretor da Federação da Agricultura do RS (Farsul), Fernando Adauto, reconhece o risco, mas lembra que o ano é atípico.

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