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Ferrugem asiática ameaça lavouras de soja do Tocantins


“Tem muita gente achando que a ferrugem não é o bicho”, observa o agrônomo José Orlando Pereira, que adverte na sequência: “Mas ela é”. Assim como Pereira, muitos especialistas não apenas temem, mas têm certeza de que a ferrugem provocará estragos próximo ano nos campos de soja tocantinenses. “Ela voltará com mais severidade”, acredita Pereira, que arrisca uma previsão sobre as perdas: “Pode chegar a 30%”.

A agressividade da ferrugem, prevista pelos especialistas, ameaça a expansão da soja no Tocantins - um boom que ocorreu há quatro anos, já está presente em 240 mil hectares e atrai uma legião de produtores de várias partes do país.

Até agora, a ferrugem se manifestou de forma branda no Tocantins. O primeiro foco foi detectado ano passado em Brejinho de Nazaré e as fontes oficiais confirmam que hoje está presente, de forma isolada, em mais dois pólos nas regiões sul e centro. A performance é semelhantes: aparece já na reta final do cultivo, na parte baixa dos grãos, sem oferecer grandes prejuízos. Por que então a previsão catastrófica? O pessimismo é sustentado pela ação da ferrugem nos campos de soja dos estados visinhos.

Em Mato Grosso e Goiás, por exemplo, a praga também apareceu de forma branda. No ano passado, porém, voltou com força redobrada e arrasou boa parte das lavouras. Pereira explica o motivo: “O fungo permanecerá em hospedeiros, sobreviverá e atacará mais cedo”. Disseminada pelo ar, a ferrugem só sobrevive em tecido vivo - o que não falta na lavoura mesmo depois da colheita. O hóspede é a própria soja que sobra no solo.

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