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Fim de safra da soja faz agropecuária liderar demissões em Mato Grosso


Oito setores da economia mato-grossense geraram no mês de abril 2.584 empregos celetistas, apontou na terça-feira (21) o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio de seu Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. O saldo, que resulta da diferença entre as admissões e os desligamentos, representou um crescimento tímido de 0,42% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada do mês anterior.


De acordo com o Caged, a construção civil foi o setor que mais gerou oportunidades em abril, com 1.755 vagas, seguida pelos serviços com 1.674 e a indústria da transformação com 1.390. Já a agropecuária amargou queda do nível de emprego, com um saldo negativo de -2.445 postos. Este foi o segmento que mais demitiu, seguido pela administração (-10 postos) e serviços de utilidade pública (-2).

O maior volume de desligamentos no setor agro comparado com as contratações foi influenciado especialmente pelo mau desempenho das cidades agrícolas mato-grossenses, que contabilizaram saldo negativo. Com o pior desempenho, Campo Novo do Parecis figurou na posição de número um entre as cidades que mais perderam postos de trabalho na agropecuária: -417, seguida por Sapezal, cujo saldo negativo foi de -278, e Alto Garças com - 259, conforme o MTE.

Analista de conjuntura econômica do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Gemelli Pinheiro reforça que o movimento de baixa foi influenciado especialmente pela cultura da soja. Somente ela foi responsável pelo fechamento de 3.232 vagas em abril no estado.

"O produtor já colheu toda a safra de soja e o momento é de comercializar os grãos (soja e milho), juntamente com o planejamento da safra 13/14, que deve vir com custos mais elevados", explicou a economista ao Agrodebate. De acordo com o MTE, algodão (-298) e bovinocultura (-232) também perderam mais empregados em abril.


Conforme a economista, o desempenho negativo da agropecuária reflete um movimento 'natural' da safra. Ou seja, com o número de contratações aumentando em épocas como a do plantio, especialmente pelo aumento na área agricultável do estado, mas diminuindo em estágios de colheita e pós-colheita.

Outros componentes do setor agropecuário, a cana-de-açúcar apresentou saldo positivo de 607 postos, enquanto as atividades de apoio à agricultura 546. A fabricação de álcool contabilizou 383 postos positivos.

Em quatro meses

Nos quatro primeiros meses de 2013 o Caged detectou um acréscimo de 15.411 postos (+2,52%). Com melhor desempenho os serviços registraram no acumulado de janeiro a abril a abertura de 5.403 vagas. Construção civil (3.100 postos), indústria da transformação (3.073 postos) e agropecuária (2.899 postos) apareceram na sequência.

De acordo com o Caged, todos os oito setores avaliados não registraram variação negativa no intervalo de quatro meses. Ou seja, as contratações mantiveram-se acima das demissões.

Doze meses

Já nos últimos 12 meses registrou-se um crescimento de 4,22% no nível de empregos, ou +25.376 postos de trabalho.

As cidades

A capital mato-grossense encabeçou o ranking dos municípios que mais admitiram em abril. A variação positiva de 0,74% deve-se ao saldo positivo também de 1.259. Já Várzea Grande, na região metropolitana, obteve um saldo de 681 postos, seguido Barra do Bugres (596), Rondonópolis, 427. Figuram ainda no ranking, Sinop (202 postos) e Alta Floresta (134 postos).

O saldo mato-grossense em abril de 2013 ficou abaixo do verificado no igual período de 2012, com um recuo de 39,7%. À época as admissões totalizaram 4.91 postos para o respectivo mês.

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