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Financiamento da lavoura gaúcha de arroz mudou muito em dez anos

Setor evidencia descapitalização, mas a crise pode gerar oportunidades


Foto: Divulgação

A descapitalização do produtor é o ponto mais sensível no levantamento sobre forma de financiamento da lavoura de arroz em dez safras, apresentado na 30ª Abertura da Colheita no Rio Grande do Sul, de 12 a 14 de fevereiro de 2020, em Capão do Leão, pela Federação da Agricultura no Estado (Farsul). É o que verifica o economista chefe da entidade, Antônio da Luz, ao apontar que o capital próprio do produtor, que era de 35% em 2010, caiu para apenas 10% em 2019, situação que, ressalta ele, piora a compra de insumos e a venda da produção.

Da mesma forma, a participação do crédito rural controlado recuou de 50% para 20%, conforme o estudo feito a partir de dados dos Custos de Produção do Projeto Campo Futuro, da Confederação da Agricultura do Brasil (CNA), com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Esalq-Cepea) e a Farsul. Já a captação de capital via indústria, que não aparecia em 2010, passou a representar a metade do total, e a de recursos livres de bancos privados, também inexistente, atingiu 5%.

Sobre a redução da presença dos recursos controlados, o economista da Farsul considera que está esgotada esta forma de atender às necessidades de financiamento do produtor. “O crédito oficial vem fazendo água e menos produtores o acessam, enquanto os bancos estão cada vez mais seletivos”, comenta Luz, o que, na sua visão, ainda deve continuar se apresentando num primeiro momento, mas aponta a força que as crises possuem de gerar oportunidades e soluções.

Em relação à chamada MP do Agro, sancionada como Lei do Agro em abril de 2020, e as alterações previstas no financiamento rural, Antônio da Luz considera a expectativa de surgimento de possibilidades de crédito pelo sistema financeiro melhores do que o do sistema bancário. Por meio de operações e opções junto a diversas fontes, conectando produtores com investidores, crê que podem vir melhoras para o difícil quadro existente. A questão, que envolve vários aspectos, é tema de debate constante de entidades públicas e privadas, que buscam modificar resultados no setor.

(Tem tabela, mas, se for considerado melhor, pode ser utilizado gráfico que está no arquivo, sem os comentários ali inseridos)

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