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Fiscais da SFA fazem operação-padrão em frigoríficos do MS

Somente as ações relacionadas ao combate à febre aftosa foram mantidas pela categoria


A greve dos fiscais agropecuários federais, que completa nesta terça-feira (26-06) 9 dias, reduziu para 30% os serviços de fiscalização e inspeção sanitária federal (SIF) nos frigoríficos exportadores de Mato Grosso do Sul. Além disso, a fiscalização sanitária federal está suspensa nos postos de fronteira de Mundo Novo, Bela Vista e Porto Murtinho. Somente as ações de sanidade relacionadas ao combate à febre aftosa foram mantidas pela categoria, que conta com 106 fiscais federais no Estado.

Apesar de a direção do movimento afirmar que alguns frigoríficos estão trabalhando com apenas 30% da capacidade de abates e até mesmo ameaçando parar as operações, a paralisação ainda não afetou seriamente os negócios em exportações das indústrias, segundo analistas do setor ouvidos nessa segunda-feira pelo Correio do Estado.

De acordo com um dos coordenadores do movimento em MS, Rui Saravi Leite, os fiscais estão em greve desde a segunda-feira passada, e reivindicam uma série de ações do Governo federal, dentre elas a criação da Escola Superior de Fiscais Agropecuários, contratação de novos fiscais e reajustes salariais.

As reivindicações estão sendo feitas desde 2005, mas até o momento nada foi oferecido pela União. "Nossa reivindicação é antiga e está faltando boa vontade da parte do Governo de cumprir o termo de compromisso firmado com a categoria", frisou Saravi. Ele destacou que na sede da SFA/MS em Campo Grande a adesão é de 80% da categoria. Leite explica que nas indústrias onde existe o SIF, os fiscais trabalham em operação-padrão. Já os profissionais que atuam nas ações prioritárias de combate à aftosa não paralisaram o serviço. "Optamos por manter estas ações de combate à aftosa por serem prioritárias", explicou.

Sem danos até o momento

Segundo o consultor pecuário Júlio Brissac, apesar de os fiscais estarem trabalhando em operação-padrão, as indústrias quase não estão comprando bois neste período porque é entressafra no Estado. Já com relação aos contratos de exportação, Brissac explica que apesar dos problemas que a greve trouxe principalmente nos portos nacionais, somente o Porto do Rio Grande (RS) está realmente com dificuldades. "Paranaguá e Itajaí continuam operando, apesar da greve", frisou o consultor lembrando que os exportadores trabalham com planejamento.

"Como a greve já vinha sendo alardeada, os exportadores já preparam planos alternativos, principalmente em logística, para escoar a produção. Se não tem como exportar por algum porto, eles refazem a logística e reestruturam a carga para outro ponto de escoamento", destacou. "Por isso ainda não houve danos econômicos", concluiu. A greve continua por tempo indeterminado.

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