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FMC planeja duplicar vendas no País e somar US$ 1 bilhão

Empresa de defensivos agrícolas planeja lançar no mercado 100 produtos nos próximos cinco anos


 A FMC - empresa de defensivos agrícolas - pretende dobrar o seu faturamento no Brasil até 2014. A companhia que encerrou o último ano com uma receita total da ordem de US$ 420 milhões quer chegar a marca de US$ 1 bilhão. Para isso, planeja lançar no mercado 100 produtos nos próximos cinco anos. Atualmente, o portfólio da companhia conta com 35 produtos.

De acordo com Gustavo Canato, gerente de produto da FMC, a empresa, que é líder do segmento para os cultivos de cana-de-açúcar e algodão, irá focar o mercado de milho e soja, além de estender seus registros para outras culturas como o café e citrus.

"O plano estratégico de lançamento de produtos atenderá cultivos nos quais não atuávamos anteriormente. O foco nos grãos acontecerá para complementar o nosso portfólio", disse Canato.

Alguns dos próximos lançamentos da empresa já levarão em consideração as mudanças nesse mercado, provocadas pela expansão das sementes geneticamente modificadas. No caso do milho, cuja primeira safra cheia será plantada no final de 2009, a previsão é que o plantio da semente transgênica já ultrapasse metade da produção.

"A entrada dos OGM não deverão impactar negativamente a venda de defensivos. Não haverá uma redução, mas um rearranjo do manejo, com alguns grupos de produtos se sobressaindo", avaliou o executivo da FMC.

Para avançar no mercado de grãos disputado por outras gigantes do setor, a empresa estuda a ampliação de plantas para aumentar a capacidade de produção e outras ferramentas para ampliar também o número de clientes. "Queremos dar para o produtor um pacote de soluções que passa pelo auxílio financeiro, logística e fornecimento", afirmou Canato.

A empresa também está reforçando sua marca junto ao produtor. Além de ampliar sua equipe no campo, a FMC está lançando um Manual de Pragas com tiragem de dez mil exemplares e distribuição gratuita.

Retomada do setor

O cenário para o mercado de defensivos no segundo semestre deve ser de retomada de preços. Apesar de a receita com as vendas ter aumentado no acumulado de janeiro a maio deste ano, para R$ 3,3 bilhões, de acordo com a Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), o valor individual de alguns produtos chegou a cair até 45% nos primeiros seis meses, segundo levantamento da Scot Consultoria. "Após um período de recorde de preço no ano passado, os baixos preços do petróleo, que é matéria-prima para muitos defensivos, e a redução da área plantada foram fatores de queda nos preços dos defensivos, mas no segundo semestre já vamos ver uma retomada de demanda, com preços mais acomodados", avaliou Alex Santos Lopes da Silva, analista da Scot.

Também no segundo semestre o País recebe o III China-Brazil AgrochemShow, que será realizado no período de 3 a 5 de agosto, em São Paulo. O evento já recebeu a confirmação da participação de mais de 50 empresas fabricantes, exportadoras e traders de defensivos agrícolas da China. Algumas delas já estão investindo em registro de produtos no Brasil e estão à procura de potenciais parceiros locais.

Essa semana, o Banco do Brasil oficializou a parceria que irá conceder benefícios exclusivos às revendas associadas à Associação dos distribuidores de insumos agropecuários (Andav). A linha de crédito agroindustrial, antes disponibilizada à agroindústria e cooperativas, passa a ser disponibilizada unicamente às revendas, com condições diferenciadas, que devem tornar o acesso ao crédito mais ágil. Cerca de 60% das vendas de defensivo realizadas no País passam pelas revendas.

Desafio

Uma das dificuldades enfrentadas pelas indústrias do setor é o combate à pirataria. No primeiro semestre, foram apreendidas no território nacional um volume superior a 8 toneladas de agrotóxicos proibidos. Os dados são das entidades do setor de defensivos agrícolas, que mantêm uma campanha nacional de conscientização quanto aos perigos dos agrotóxicos ilegais. No acumulado dos últimos 12 meses, o volume apreendido ultrapassa 40 toneladas. Estima-se que a circulação de agrotóxicos ilegais resulte em perdas de R$ 500 milhões.

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