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FNP Consultoria prevê quebra de 34% na safra brasileira de café de 2003


(02/05/2003 - Coffee Break) -A consultoria FNP divulgou seu relatório sobre a safra brasileira de café. De acordo com a empresa paulista, o parque cafeeiro do país deverá verificar uma produção 34% menor que a colhida em 2002. Para a atual safra, a FNP projeta uma produção total de 32,170 milhões de sacas, contra 48,749 milhões de sacas de 2002/03 (número revisado em relação ao levantamento anterior). Do total aferido pela consultoria, 22,4 milhões de sacas referiam-se a café arábica e 9,7 milhões de sacas a conillon. A área total estimada foi de 2.507.064 hectares, sendo 241.697 hectares em formação e 2.265.367 ha em produção. Verificou-se que a participação da área em formação, em relação à total, passou de 15% para 9,5% nos dois anos comparados. Com a queda na produção, os embarques brasileiros também deverão registrar números menores, devendo ficar em 24,5 milhões de sacas. “A safra 2002/03 deve ter ficado abaixo de 50 milhões de sacas. Devido aos estoques de passagem mais baixos do que se esperava e ao fato de as exportações terem ficado em torno de 28,5 milhões de sacas, pode-se concluir que a safra de 2002/03 deve ter sido da ordem de 48,7 milhões de sacas. Estima-se que os estoques de passagem privados tenham ficado em 12,6 milhões de sacas, que, apesar de recordes, são inferiores aos previstos. Os estoques das cooperativas ficaram em torno de 5,3 milhões de sacas, o que representa uma queda de participação para aproximadamente 41,7%. Como as exportações foram de 28,5 milhões de sacas e o consumo estimado no período foi de 13,9 milhões de sacas, calcula-se, pois, que a safra tenha ficado em aproximadamente 48,7 milhões de sacas. Embora haja grande dificuldade em avaliar os estoques privados, não se acredita que os remanescentes possam ser superiores aos estimados, por falta de capacidade de estocagem, tanto física como financeira”, apontou o relatório emitido pela FNP.

Balanço —O Ministério do Desenvolvimento, através do sistema Alice (Análise das Informações de Comércio Exterior) apresentou um balanço dos embarques brasileiros de café verde no primeiro trimestre de 2003. Os embarques do período redundaram em uma receita de 326,306 milhões de dólares, total 51,26% maior que o observado no primeiro trimestre do ano passado, quando as remessas haviam garantido uma receita de 215,728 milhões de dólares. O volume embarcado neste trimestre foi de 362.894 toneladas, 27,25% a mais que as 285.186 toneladas do primeiro trimestre de 2002. O preço médio verificado no período foi de 899 dólares, 18,91% maior que os 756 dólares aferidos nos três primeiros meses do ano passado. Os Estados Unidos lideraram as compras dos Cafés do Brasil entre janeiro e março, com 86.557 toneladas. Essas importações totalizaram 73,223 milhões de dólares, com um preço médio, por tonelada, de 846 dólares. A Alemanha realizou a compra de 59.149 toneladas, que resultaram em uma receita de 56,038 milhões de dólares — preço médio de 947 dólares. A Itália vem logo a seguir, com 44.060 toneladas adquiridas. Essas compras fizeram com que a receita atingisse 41,801 milhões de dólares, com um preço médio de 949 dólares. O Japão continua demonstrando sua vocação para a aquisição de cafés de qualidade mais alta. Dentre todos os países listados pelo sistema, o Japão foi o que desembolsou o maior preço médio (1.054 dólares). Esse nível é 24,57% superior à média dos Estados Unidos, por exemplo.

Expansão —O grupo francês Louis Dreyfus, controlador da trading Coinbra, deverá investir, até o final deste ano, um total de 230 milhões de dólares no Brasil. No ano passado, a Coinbra aumentou seu trabalho com café, que se resumia à exportação, e passou a torrar, moer e produzir solúvel. Com a construção de uma fábrica na cidade paulista de Cruzeiro, a empresa acredita que terá uma produção anual de cerca de 3,5 mil toneladas de café processado. A Dreyfus, que tem um faturamento anual de mais de 20 bilhões de dólares, também estará ampliando suas ações em outras áreas, como a soja, o processamento de citrus e na produção de frangos.

Crescimento —A Starbucks registrou uma receita de 954,2 milhões de dólares no trimestre encerrado em 30 de março. De acordo com a direção da gigante norte-americana, o número é 22% maior que o observado no mesmo período do ano fiscal anterior (738,2 milhões de dólares). A Starbucks informou que entre os dois períodos foi verificado um aumento de 7% nas vendas das lojas espelhadas pelo mundo. O crescimento mais agudo se deu nas cafeterias localizadas fora dos Estados Unidos, alta de 42% na receita. O lucro líquido da companhia, no trimestre, chegou a 52 milhões de dólares, contra 31 milhões de dólares do mesmo trimestre do ano fiscal de 2002.

Lei —A Câmara dos Deputados do México deverá aprovar nos próximos dias uma lei sobre o fomento à cafeicultura. Tal lei pretende regularizar o mercado interno, evitando as importações excessivas e certificar a qualidade do produto. Os deputados do Partido Revolucionário Institucional, que apóia a medida, destacaram que a lei deverá ser aprovada com tranqüilidade na Câmara e também na Câmara Baixa (senado). Os deputados revelaram que há uma significativa pressão de empresas multinacionais (principalmente a Nestlé) para que a medida não seja ratificada. Com a nova legislação, o país pretende limitar as compras de cafés, notadamente do Vietnã, por preços baixos. Os deputados apontaram que a nova legislação deverá beneficiar 460 mil produtores em 11 Estados.

Agregação —Durante a Agrishow, realizada na cidade de Ribeirão Preto, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, assinou o lançamento do projeto "Agregação de Valor — Qualidade do Café", que tem o objetivo de estimular a produção de cafés especiais. A Secretária da Agricultura, através do Feap (Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista), está coordenando o trabalho que busca atender, principalmente, produtores rurais familiares com receita anual de até 100 mil reais. Para cada produtor atendido pelo novo programa serão despendidos até 20 mil reais, visando a aquisição de equipamentos e implementos necessários para o preparo de café e até 5 mil reais para a cobertura de equipamentos e infra-estrutura de secagem. Os produtores beneficiados nessa etapa do programa são aqueles cujas propriedades estão localizadas nas regionais da Secretaria de Ourinhos e Avaré. A escolha dessas regiões, segundo a assessoria da Secretaria, se deu pelo fato de elas, na época da colheita, apresentarem um teor elevado de umidade relativa do ar, fator que influi diretamente na qualidade do café. O prazo para o pagamento dessa nova linha de crédito será de até cinco anos, com juros de 4% ao ano, sendo que a carência será de até 18 meses, de acordo com a época da colheita.

Pré-colheita —A região de São Sebastião do Paraíso está vivendo os momentos de preparativo para o início da colheita. De acordo com o departamento técnico da Cooperativa dos Cafeicultores da Região de São Sebastião do Paraíso, em pouquíssimos talhões a colheita já foi iniciada, sendo que a expectativa é que o processo seja efetivado, realmente, a partir do dia 10 de maio. A maior parte dos produtores da região está realizando processos como arruação, preparativo de instrumentos, entre outras providências. Os técnicos locais acreditam que a colheita de 2003 deverá ser rápida, diante, da produção menor. No entanto, o processo poderá se estender um pouco mais do que o esperado se houver um encarecimento da mão-de-obra. "Se os trabalhadores aumentam o preço, o produtor tende a dar uma parada e retomar a colheita lá na frente. Estamos falando, atualmente, aqui na região, em diárias de 12 até 15 reais, e pode haver uma tendência em aumentar esse custo", apontou o engenheiro agrônomo Emerson Tinoco da Silveira, da Cooparaíso.

Em destaque

* Em destaque

* O consumo de café no Japão apresentou um incremento de 4,4% em 2002, de acordo com estatística da All Japan Coffee Association. A entidade apontou que as importações de café do país apresentaram um aumento de 7,33% no ano passado, atingindo a marca de 7,021 milhões de sacas, sendo que esse volume inclui a compra de 650 mil sacas de café processado.

*A produção de café da Índia, no ano safra 2002/03, deverá ser finalizada em 4,583 milhões de sacas, segundo projeções do Escritório de Café da Índia. O volume é 8,52% menor que o verificado na safra anterior, quando 5,01 milhões de sacas foram colhidas. A entidade destacou que a queda na produção está relacionada a problemas climáticos e também a uma diminuição dos tratos culturais, devido aos baixos preços do grão.

Fonte: Coffee Break (www.coffeebreak.com.br)

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