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Foco de aftosa no Pará não deve prejudicar prazo para erradicação da doença


O foco de febre aftosa ocorrido no noroeste do Pará, às margens do rio Amazonas, não deve prejudicar a intenção do Brasil de erradicar a doença até o ano 2005 e nem interferir nas exportações de carnes brasileiras. A afirmação é do Diretor do Departamento de Defesa Animal (DDA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Jorge Caetano Júnior, ao confirmar ontem (17-06), após os resultados de exames laboratoriais, o diagnóstico positivo para febre aftosa em três bovinos de uma propriedade localizada no município de Monte Alegre.

Segundo o diretor, a área afetada fica distante 700 km da zona livre de febre aftosa e mesmo considerada de alto risco para a doença não há justificativa técnica para suspensão das exportações. Uma missão formada por veterinários do ministério da Agricultura no Pará e da Secretaria de Agricultura do Estado já foi deslocada para a região.

O proprietário comunicou a suspeita à Agência de Defesa Agropecuária do Estado no dia 2 de junho e no dia seguinte a propriedade foi interditada. Jorge Caetano informou que para verificar a extensão do problema a equipe técnica fará investigações epidemiológica, sanitária e nas propriedades vizinhas. Também foram instalados postos fixos de fiscalização para controle de trânsito de animais, inclusive ao longo do rio Amazonas.

O rebanho da propriedade, num total de 130 cabeças, foi alvo da campanha de vacinação contra febre aftosa ocorrida no estado em maio. “Vamos concluir as investigações para ver o que aconteceu, mais no geral o município teve uma baixa cobertura, atingindo apenas 50% do rebanho”, informou o diretor do DDA.

Jorge Caetano avaliou que devido à dificuldade de acesso ao município, feito apenas de avião ou barco, a tendência de movimentação do rebanho é menor. “Isso é importante no controle e na erradicação do foco”. Além disso, acrescentou, a produção é direcionada ao comércio local. O rebanho total de Monte Alegre é formado por 171.865 bovinos, além de 3.436 búfalos, 2.093 suínos e 2.209 pequenos ruminantes.

O gerente do Programa de Febre Aftosa do Mapa, Jamil Souza, explicou que a ocorrência do foco na região é considerada normal porque o sistema de defesa sanitária ainda está sendo estruturado para que área seja incorporada à zona livre. Ele não descartou a possibilidade de eliminação do rebanho para evitar contaminação do meio ambiente, mas alertou que a decisão só será tomada após a conclusão da investigação epidemiológica.

O Ministério da Agricultura já comunicou a ocorrência do foco à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), da qual o Brasil é signatário. Há 34 meses o país não registrava a doença em seu território. O último caso foi detectado em agosto de 2001, no Maranhão. Atualmente, 88% do rebanho brasileiro de 182 milhões de cabeças são livres de febre aftosa com vacinação.

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