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Focos de ferrugem ameaçam a soja na Bahia


A doença, de origem asiática, foi detectada em vários pontos do País. Na Bahia, foi encontrada em Luís Eduardo Magalhães. Responsável por perdas de mais de US$ 1 bilhão nas últimas duas safras de soja, a ferrugem asiática apareceu mais cedo na safra 2003/2004, levando a Embrapa-Soja a lançar alerta para que os produtores fiquem atentos ao surgimento dos sinais da doença. A soja foi o principal produto exportado pelo Brasil em 2003.

Os climas mais amenos do final do ano passado e do início deste ano favoreceram o desenvolvimento do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem, informa o fitopatologista Ademir Henning, pesquisador da Embrapa-Soja (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

Já há relato de aparecimento da doença em sete Estados nesta safra. ‘‘O agricultor deve ficar alerto, e fazer um monitoramento constante em sua lavoura e conversar com os vizinhos, para saber se a doença já está em sua região’’, disse Henning.

Isso porque o fungo se propaga pelo vento e, se ele já apareceu na região, é muito fácil ele ser transmitido a lavouras próximas. A ocorrência de muitas chuvas ou mesmo o orvalho aliado a temperaturas mais baixas – entre 17ºC e 23ºC – são os principais fatores que favorecem o desenvolvimento do fungo.

Já em novembro do ano passado houve os primeiros registros de lavouras contaminadas, em Goiás e Mato Grosso. Na safra 2002/2003, os primeiros casos foram notificados em janeiro.

Esse aparecimento mais cedo acabou pegando as plantas ainda no estado vegetativo, cerca de 25 dias após a germinação, informa a Embrapa-Soja. E, quanto mais cedo aparece, mais danos a doença causa à planta.

Normalmente, a ferrugem, ao prejudicar a folha da soja, afeta a fotossíntese da planta, faz as folhas caírem e os grãos perderem peso. Na safra passada, o foco mais importante foi encontrado na Bahia, onde houve quebra de 25% da safra, com redução de 510 mil toneladas em relação ao que teria sido colhido sem o ataque do fungo. Isso levou até um pesquisador norte-americano ao Estado, causando suspeita de espionagem.

Segundo o pesquisador José Tadashi Yorinori, da Embrapa-Soja, a variável transgênica que está sendo plantada neste ano no País, com autorização do governo, não é imune à contaminação pelo fungo da ferrugem. ‘‘Em tese, nenhuma variável plantada hoje no País é resistente ao fungo.’

Como age o fungo – A ferrugem provoca o desfolhamento precoce da soja e redução de peso do grão. Os primeiros sintomas são caracterizados por minúsculos pontos escuros (no máximo um milímetro de diâmetro), no tecido sadio da folha, com coloração esverdeada a cinza esverdeada, observados mais facilmente contra um fundo claro.

O diagnóstico tardio pode ser evitado fazendo o monitoramento semanal da lavoura, principalmente nas folhas da parte inferior da planta, mais próximas ao solo. Se houver ocorrência da doença perto de sua propriedade, é necessário redobrar o cuidado e avaliar a aplicação de fungicida preventivo.

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