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Foi dada a largada para o Rally da Safra

Especialistas farão avaliações quantitativas e qualitativas das lavouras


Durante dois meses, especialistas e técnicos percorrerão as principais áreas produtoras de grãos do País para um raio-x do agro brasileiro

Sessenta mil quilômetros percorridos em 13 Estados, com seis equipes, durante mais de dois meses. Está aberta a temporada 2012 do Rally da Safra, evento que chega a sua 9ª edição, organizado pela Agroconsult, consultoria em agro, com o apoio e parceria de grandes empresas do setor.

A largada foi dada nesta segunda-feira (16), com a primeira das seis equipes do projeto que sairá de Cuiabá (MT) para vistoriar a soja precoce do Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul. O encerramento acontecerá em 22 de março, com a última equipe, que finalizará o trabalho na região do Mapitoba (Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia), Pará e Leste do Mato Grosso.

Os especialistas farão avaliações quantitativas e qualitativas das lavouras, recolhendo amostras e dados sobre espaçamento, população de plantas, umidade dos grãos e ocorrência de pragas.

Neste ano, a expedição se inicia em um cenário de incertezas, já que a estiagem na região Sul do Brasil deve comprometer o rendimento da safra de soja e milho. Já para a região Centro-Oeste são boas as perspectivas nesta temporada, uma vez que as condições climáticas permitiram o bom desenvolvimento das lavouras na região.
André Pessoa, coordenador-geral do Rally da Safra e sócio-diretor da Agroconsult, explica que por conta das variações climáticas, decorrentes do fenômeno La Niña, as estimativas de safra feitas em dezembro foram revistas para menos, em muitas situações. Na região Sul, a seca já causou perdas irreversíveis nas lavouras de milho. Em dezembro do ano passado, a estimativa era de que a região tivesse uma colheita de 17,23 milhões de toneladas.

Na revisão das projeções, feita na semana passada, o volume caiu mais de 20%, sendo estimado em 13,38 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul, a previsão de produção caiu dos 5,95 milhões de toneladas para 3,87 milhões de toneladas, um recuo de 35%.
No caso da soja, a estimativa de dezembro de 2011 previa uma colheita nacional de 75,18 milhões de toneladas.

Durante revisão dos números houve um recuo de 2% no volume previsto, passando para 73,52 milhões de toneladas. No Sul, a queda na previsão foi de 5%, passando dos 26,13 milhões de toneladas para 24,42 milhões de toneladas.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o 4º levantamento da safra de grãos na última semana. A previsão é de que a safra total 2011/12 atinja 158,45 milhões de toneladas, 2,8% inferior à passada, que atingiu 162,96 milhões de toneladas. Entre as culturas com maior queda no volume produzido estão a soja, com 3,57 milhões de toneladas, e o arroz, com 2,15 milhões de toneladas.

Preços

Com as expectativas de baixa no volume de grãos, as chances de alta nos preços da soja e do milho já são consideradas. “Caso as perspectivas sejam comprovadas, pode haver um aumento considerável no preço dessas commodities”, explica Pessoa. Para o diretor de produção da Consultoria Safras & Mercado, Flávio Roberto de França Júnior, o mercado já estava atento à oscilação no valor de algumas commodities desde 2011. “O preço subiu no final do ano passado e o mercado já incorpora esses custos.”

Ele relata que na Bolsa de Chicago, a soja foi cotada na última semana a US$ 11,60 o bushel. O valor está abaixo da média registrada em 2011, quando o Brasil colheu uma safra recorde de 162,96 milhões de toneladas e a soja ficou em US$ 13,17 o bushel. No ano passado, a queda na safra de soja norte-americana e o aumento da demanda no começo do ano, puxaram os preços. Algo que talvez não aconteça neste ano.

De acordo com o especialista, ainda é cedo para saber de fato o quanto deve variar o preço dos grãos. “No final da semana passada voltou a chover no Rio Grande do Sul, o que pode significar uma recuperação.” Para ele, só a partir de fevereiro será possível uma análise com dados mais consistentes.

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