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Forragem de trigo e os ganhos na atividade leiteira

Silagem, pré-secado e pastejo a base de trigo têm sido alternativas de produtividade na pecuária leiteira


Foto: Pixabay

O uso de forragens é importante no resultado de manutenção e lucratividade de uma fazenda de leite. Com os preços de milho e farelo de soja em alta, alternativas como o trigo não tem se revelado somente em beneficio econômico, mas em produtividade e mais saúde para as vacas. O assunto foi analisado pelo zootecnista e especialista em nutrição da ESALQ/USP, Renato Nogueira, durante webinar de Nutrição Animal, promovido pela Biotrigo.

Nogueira compara o investimento na atividade leiteira como o equivalente a abrir 10 franquias  em um shopping. O custo é alto e envolve sanidade, genética, gestão de animais improdutivos, mão-de-obra, estrutura, assistência técnica e agronômica, bem estar animal e nutrição correta, com a escolha da forrageira ideal para assegurar produtividade. 

Os custos com nutrição nunca estiveram tão em alta. O quilo de matéria seca para uma vaca de alta produção está superior a R$ 1. “Nos últimos anos algumas fazendas negligenciaram a produção de forragem de qualidade seja por opção ou clima, mas um ano como 2020 faz a gente lembrar que o maior seguro na pecuária leiteira é a produção de forragem de qualidade”, assegura Nogueira.

Benefícios da forragem de trigo 

O especialista aponta que a fórmula do leite lucrativo está em produtores que produzem forragem de qualidade, com inventário suficiente para uso de 12 a 14 meses, que maximizam o manejo para que a vaca consuma o máximo de forragem na sua dieta nutricional. O recomendado é: de 50 a 55% para vacas de alta produção; de 65 a 70% em vacas de média produção; em vacas prenhas até 85% e mais de 85 em vacas secas, pré-parto e recria.  

Nesse esquema ele aponta que associar silagem de trigo com milho melhora os parâmetros físicos das dietas de vacas de alta produção. “A fibra dietética promove melhoras na estrutura física do rúmen como mastigação, salivação e saúde, com esterco na qualidade ideal”, explica.

Quanto maior a quantidade de amido digestível maior o volume de leite produzido e da proteína do leite. O açúcar do leite (lactose) determina o volume de leite produzido. “A silagem de trigo tem de 15 a 20% de amido e toda vaca em produção precisa de uma silagem mais longa além do milho, para entregar amido de alta digestibilidade.E o trigo tem 95% de digestibilidade”, acrescenta. 

O trigo entra como importante ferramenta para maximizar saúde, produção e reduzir custos e vem sendo cada vez mais usado. Em silagem a média é de até 36% de matéria seca, fibra de qualidade e amido médio; no pré-secado até 55% de matéria seca, fibra longa e mais proteína; e ainda tem a opção de pastejo, com rendimento de até 8 pastejos e ciclo longo, de março a final de outubro.

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