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Forte inflação nos aqroquímicos corrói poder de compra dos argentinos

Glifosato manteve a tendência de alta e o mercado argentino sofreu com escassez


Foto: Marcel Oliveira

A disparada nos preços de fertilizantes e herbicidas deteriorou a relação insumo/produto para a safra 2021/22 na Argentina, aponta levantamento do Grupo Az. Após uma série de fatores internacionais gerar forte inflação dos insumos, os agricultores argentinos estão perdendo poder de compra.

Problemas como a crise no fornecimento de energia na China e o forte aumento do preço do gás na Europa, o glifosato manteve a tendência de alta e o mercado argentino sofreu com escassez. Há também o componente político devido a entraves na importação de insumos para a Argentina. A falta de produtos atinge principalmente os produtores de menor porte, que não conseguiram fechar a compra antecipada de insumos.

“O mercado de insumos explodiu. No início eram apenas fertilizantes, mas agora os produtos agroquímicos estão voando pelo ar. Os problemas de energia, fábricas fechadas, custos de logística altíssimos e commodities geraram um coquetel explosivo que está disparando os custos dos produtos químicos para as nuvens. Muitos [fornecedores] não estão repondo esses valores, então é quase certo que isso vá gerar uma escassez”, avisa uma fonte do mercado local.

De acordo com a Câmara Empresarial de Agroquímicos, Sementes e Distribuidores Relacionados de Buenos Aires (CEDASABA), “em geral estão faltando [insumos]”, destacando que o glifosato é um dos mais complicados. “Se o produtor busca algo em particular e consegue, tem que garantir”, comenta a entidade sindical que desde 1997 agrupa e representa as empresas distribuidoras de insumos agrícolas: produtos fitossanitários, sementes, fertilizantes e outros insumos da província de Buenos Aires.

Matias Amorosi, analista de mercado e gerente do Grupo Az, confirma as complicações no mercado de insumos. Ao mesmo tempo, ele alerta que é fundamental analisar a última alta forte de fertilizantes e herbicidas, que foi em 2008, “quando os preços dos insumos dispararam, mas ficaram ainda mais baixos que neste ano”. 

Naquela época, “demorava mais de um ano para baixar o preço dos fertilizantes. Os fatores internacionais continuarão existindo, a queda não será vista no curtíssimo prazo”. Neste quadro, do Grupo Az afirma que o aumento dos insumos impacta no poder de compra da soja, do trigo e do milho.

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