Forte lobby pede restrição a etanol brasileiro nos EUA
Entidades dizem que reagem à postura protecionista do Brasil
Agrolink
- Leonardo Gottems
Depois ganhar uma batalha pela inclusão de mandado de mistura do etanol nas bombas, a indústria norte-americana de biocombustíveis prepara uma forte pressão para seja suspensa a importação de etanol brasileiro sem sobretaxas. A indústria reclama de que o Brasil decidiu colocar uma sobretaxa de 20% nas importações de etanol norte-americano que excedam a cota de 600 milhões de litros.
Recentemente, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos impôs restrições ao biodiesel da Indonésia e da Argentina por dumping depois que produtores se queixaram de que não estão em condições de igualdade contra os competidores desses países.
Os grupos que assumem estar pressionando a administração Trump para retaliar o Brasil no caso do etanol são a Associação Americana de Combustíveis Renováveis, Growth Energy e o Conselho de Grãos dos Estados.
“É justo dizer que a administração do presidente Donald Trump tem estado ativamente e construtivamente engajado em todos os passos desse processo”, disse Bob Dinnen, presidente da Associação de Combustíveis Renováveis, em entrevista ao portal da Bloomberg. Dinnen afirmou ainda que o governo brasileiro já foi avisado que haveria consequências a ação protecionista do Brasil.
A ameaça mais grave feita pelo grupo é pressionar para que o Brasil perca a condição que possui no Sistema Geral de Preferências dos Estados Unidos, onde países emergentes têm acesso ao mercado americano sem sobretaxas e sem necessidade de reciprocidade.