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Fraca reação aos reajustes mostra cautela

Abates de frangos, bovinos e suínos estão crescendo menos que os preços pagos ao produtor


Os abates de frangos, bovinos e suínos estão crescendo bem menos que os preços pagos ao produtor. A postura de cautela deve-se a fatores como o comportamento cada vez mais flexível e volúvel do consumidor, de acordo com Ricardo José Di Pretoro, diretor do setor de Distribuidoras do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Paraná (Sindicarne).

“As pessoas trocam com mais facilidade uma carne pela outra, tendem a procurar vantagens substituindo produtos e marcas”, avalia. O quadro faz com que os índices atuais representem aumento na demanda mas, ao mesmo tempo, mudanças temporárias nos hábitos de consumo.

Os frigoríficos monitorados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) estão abatendo 20% mais bovinos do que em 2009 – média de 100 mil animais por mês. Como a base de comparação é um ano fraco, a variação é expressiva. Porém, fica 15 pontos abaixo do índice do aumento de preço oferecido ao bovinocultor.

Os abates de aves com inspeção federal passaram de 100 milhões todos os meses deste ano no estado, devendo superar em 5% o recorde de 2009, que foi de 1,27 bilhão de cabeças abatidas em 12 meses. Mas o reajuste nos preços pagos aos avicultores foi dez pontos maior.

A maior diferença ocorre no setor de suínos. Com reajuste de 42,75% nos preços na origem, os abates de suínos devem fechar o ano com crescimento próximo de 4%, chegando a 5 milhões até o final deste mês.

A relação entre os custos e a renda do produtor promete determinar o ritmo das atividades no próximo ano. Os preços do milho, considerados baixos até metade de 2010, ajudaram a elevar a produção de aves e suínos, setores que usam o cereal como base de ração. Agora, no entanto, há risco de aumento nas cotações, pela redução na área de cultivo do verão. Esse recuo ainda pode ser compensado no inverno, dependendo da intenção de plantio na segunda safra, a partir de janeiro.

Aumento nos custos nem sempre se reflete em reajustes que garantem renda ao produtor. “Negociar com as grandes redes distribuidoras é muito difícil, não se eleva o preço de um dia para o outro. Bara baixar é mais fácil. Mas, para aumentar, leva até com 30 dias”, relata Pretoro.

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