Frango, ovo, milho e inflação (IGP-DI) em maio de 2016

Para aqueles que ainda duvidam das dificuldades enfrentadas pelo setor avícola frente às altas, elevadas e contínuas, do milho, o gráfico abaixo é bastante elucidativo. 

Ele mostra que, para uma inflação (IGP-DI) da ordem de 536% na vigência do atual padrão monetário brasileiro, o real, o milho apresenta variação já superior a 600%. E nos cinco primeiros meses de 2016, frente a um IGP-DI de 4,32%, o índice de incremento de preço do milho é mais de dez vezes superior, passando dos 45%.

Dispensável dizer que, nem de longe, frango e ovos acompanham essa marcha. No entanto, um ano atrás (maio de 2015), os três produtos apresentavam uma evolução relativa de preços muito similar. Da mesma forma que permaneciam extremamente distantes da inflação.

Então, o milho acumulava, na vigência do real, incremento de 248%, enquanto o incremento do frango era ligeiramente superior, de 260%. Já o ovo, que continuava a registrar evolução inferior à desses dois produtos, acumulava variação de 180%. Portanto, comparativamente ao milho, o frango apresentava diferença (positiva) de 12 pontos percentuais e o ovo de 68 pontos percentuais mas, neste caso, negativa.

O que acontece um ano depois? Os preços do frango e dos ovos evoluíram, mas ambos têm, agora, valores relativos bem mais próximos. Já o milho distanciou-se de ambos e sua distância para o frango é de 286 pontos percentuais. Para o ovo, ainda maior, de 326 pontos percentuais.

Se os três produtos mantivessem, agora, a mesma relação de preços de 1994, em maio passado o frango deveria ser comercializado por R$4,22/kg e o ovo (branco, extra) por R$135,50/caixa. Na média do mês alcançaram, respectivamente 59,26% e 53,55% desses valores.