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Frango vivo e abatido: comparativo de preços em dezembro de 2019 e 2020

Ás vésperas do Natal, a cotação alcançada pelo frango abatido ficou apenas 10% acima da registrada pelo frango vivo


Foto: Pixabay

Surpreendendo o setor, em dezembro o frango abatido quase viu repetir-se situação observada no primeiro semestre de 2020 (final de maio, primeiros dias de junho), ocasião em que – devido à quase total paralisação das atividades econômicas por conta da Covid-19 – seu preço praticamente igualou-se ao da ave viva.

Pois às vésperas deste último Natal, a cotação alcançada pelo frango abatido chegou a ficar apenas 10% acima da registrada pelo frango vivo. E recuou a tal ponto que, às vésperas de 25 de dezembro, registrou valores inferiores aos de idêntico período de 2019.

Mas a queda começou bem antes, em novembro. Teve início nos primeiros dias daquele mês, logo após o frango abatido ter atingido a melhor cotação não apenas de 2020, mas de todos os tempos. A partir dali, acompanhando a desvalorização enfrentada pelas carnes bovina e suína, o retrocesso do frango abatido foi praticamente contínuo. Quando dezembro começou, o produto alcançava valor cerca de 5% inferior ao do pico de novembro.

Contava-se, então, com alguma recuperação. Afinal, era dezembro, mês das Festas, um dos períodos de maior consumo do ano. Mas isso não aconteceu e as quedas voltaram a se intensificar. Quando a semana de Natal foi aberta, o preço do frango abatido havia recuado mais de 17% em relação ao pico de novembro.

De toda forma, nos únicos quatro dias de negócios daquela semana o produto acumulou alta superior a 9%, processo que se estendeu aos quatro últimos dias de 2020, período em que a alta acumulada ultrapassou os 6%, totalizando mais de 15% apenas nas duas últimas semanas do ano. Ainda assim, não se conseguiu retornar aos valores de abertura do mês e, com isso, o preço médio de dezembro recuou quase 7% em relação ao mês anterior, situando-se no menor nível do quarto trimestre de 2020 e ficando somente 7,62% acima do registrado um ano antes..

O frango vivo, claro, não escapou de todo esse processo, também sofreu redução de preço. Mas de forma bem mais moderada que o abatido, pois enquanto o preço deste retrocedeu quase 7% no mês, o da ave viva apresentou retração mensal de apenas 2,30%.

Porém, o que mais se destaca é a variação anual obtida pelo frango vivo. Pois, frente a um ganho de apenas 7,62% do frango abatido, o incremento do frango vivo sobre dezembro de 2019 ficou próximo de 40%.

Tal variação, aliás, pode ter sido ainda maior, visto que no final de 2019 a cotação aplicada ao frango vivo servia apenas como um referencial, já que a maior parte dos negócios então efetivados era realizada por valores até inferiores a R$3,00/kg.

Tal comportamento sugere que o aumento de produção ocorrido nos últimos meses de 2020 não envolveu o segmento independente produtor de aves vivas que, pelo contrário, vem tendo participação cada vez menor no processo. É, não há dúvida, indício de que também a produção paulista caminha, de forma natural, para a produção primordialmente integrada.

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