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Frigorífico busca adequação/CE


Na região, a principal preocupação é com a procedência e com a forma que os animais são abatidos para consumo

Crato A maior parte da carne consumida nos municípios de Crato e Juazeiro do Norte sai do Frigorífico Industrial do Cariri, que abate cerca de 1.300 bois por mês. Desse total, cerca de 900 são consumidos pela população de Juazeiro, 500 ficam no Crato e 100 são enviados para Missão Velha.

Já com relação ao abate de carneiros, bodes e porcos, este é feito, geralmente, em fundos de quintais, sem as mínimas condições de higiene. O consumo desse tipo de carne pode prejudicar a saúde e a segurança alimentar daqueles que a consomem.

No caso da carne bovina, também predominam a atuação de abatedouros clandestinos em muitos locais. É a chamada "carne de moita", que é vendida nos mercados da periferia, apesar da atuação da Vigilância Sanitária. Nas cidades pequenas, este controle sanitário é feito pela própria população, que tem todas as informações sobre os abates, diz o médico veterinário Uderlan Pinheiro Macedo, que é um dos responsáveis pela fiscalização do Frigorífico Industrial do Cariri.

O veterinário adverte que o risco de consumir carne obtida a partir de abate clandestino é muito grande para a população. Existem relatos de que, nesses municípios menores, até animais mortos por atropelamentos ou por doenças são levados para os mercados públicos, que ele considera uma situação totalmente inadequada e que pode levar à contaminação por diversas doenças.

Fechamento

Responsável pelo maior número de abates da microrregião do Cariri, o Frigorífico Industrial do Cariri foi fechado temporariamente por determinação judicial. O Ministério Público solicitou a interdição do Frigorífico Industrial com base em denúncias de que os animais estavam sendo sacrificados a golpes de marreta, de forma cruel e desumana. Além disso, foi constatado que o prédio necessitava de uma ampla reforma, inclusive para melhorar as instalações elétrica e hidráulica. A câmara fria estava desativada, além de outros problemas detectados.

"Estas falhas estão sendo corrigidas", garante o administrador do Frigorífico Industrial, Francisco Alberto, que abriu as portas dos diversos setores do matadouro para a verificação da reportagem.

O trabalho de reforma, de acordo com o administrador, é feito de maneira lenta porque está sendo executado por etapas. Alberto reconhece que a solução definitiva seria a execução de um novo projeto.

As exigências feitas pelo Ministério Público vêm sendo acompanhadas pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) que, esta semana, enviou uma equipe técnica para inspecionar o frigorífico. O gerente regional da Semace, João Josa Neto, ressaltou que todas as informações sobre a avaliação dos técnicos do órgão estão sendo repassadas para o Ministério Público.

Quanto à parte de vigilância sanitária, "não há do que reclamar", diz o veterinário Uderlan Pinheiro, mostrando como o processo de abate funciona. O boi é sacrificado com uma pistola pneumática. O manejo é feito automaticamente até à câmara frigorífica, que funciona dia e noite. Os operários, apesar de estarem sujos de sangue, trabalham fardados para evitar o contato com a carne.

O processo de abate é acompanhado por dois veterinários que, além do requisito básico, que é a vacinação adequada do animal, verificam se ele apresenta alguma alteração nos órgãos ou ainda, no caso da fêmea, se ela está em fase de gestação.

"Se alguma dessas situações nesse sentido forem constatadas, o animal não passa para a sala de abatimento", destacou o médico veterinário, acrescentando que o acompanhamento das condições do animal continua mesmo após a realização do abate. Isso significa que, mesmo sem ter apresentando problemas durante a avaliação antes da morte, a equipe técnica faz novas avaliações dos órgãos internos do animal, dessa vez com mais detalhamento.

Mais informações
Frigorífico Industrial do Cariri
Avenida Paulo Maia, 2000
São José - Juazeiro do Norte
(88) 3511.2033

ANTÔNIO VICELMO
REPÓRTER

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