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Frigorífico Margen quer reativar suas 21 unidades


O ano começa com expectativa para os pecuaristas com a retomada das atividades do frigorífico Margen Ltda. Hoje, em Brasília, no Ministério do Trabalho, a indústria discute as demissões de seus funcionários - anunciadas na semana passada. Deve reavaliar ainda a operação de seus 21 frigoríficos.

De acordo com o advogado da empresa, Aibes Alberto da Silva, a diretoria vai rever as parcerias com pecuaristas e bancos, suspensas desde a prisão dos empresários, por sonegação fiscal, no início de dezembro. "Vamos fazer um levantamento de quais unidades são viáveis economicamente", afirma. Segundo ele, os diretores ainda não definiram se irão vender as unidades com pouca lucratividade. O grupo é um dos três maiores frigoríficos do País, com abate diário de 8 mil cabeças, respondendo por 10% da produção de carne do País, segundo a Scot Consultoria.

Silva nega que a empresa tenha dívidas. "Em 28 dias parados, não tivemos protesto ou pedido de falência", assegura. Ele também nega o crime de sonegação fiscal. "Os supostos valores - R$ 150 milhões - não foram comprovados pelo governo", afirma.

No período em que os diretores do frigorífico foram presos - de 1º a 29 de dezembro -, os abates ficaram paralisados. Silva garante que, apesar disso, pagaram os salários em dia. No entanto, com os gastos de manutenção, foram anunciadas a demissão de mais de 2,5 mil funcionários em Mato Grosso do Sul e no Paraná, que poderão ser revistas. As 21 unidades empregam 10 mil pessoas.

"A retomada das atividades pode significar reação dos preços da arroba do boi", acredita Antenor Nogueira, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Em dezembro, os preços pagos ao produtor caíram, em média, 3,37%. "Animais que iam ser vendidos ao Margen foram redirecionados a outras empresas e, como os frigoríficos vinham trabalhando com abates reduzidos, a arroba caiu", afirma Fabiano Tito Rosa, da Scot Consultoria. Para alguns analistas, as plantas ociosas do Margen poderão ser adquiridas por outras indústrias. "Difícil algum grande frigorífico comprar integralmente, talvez só um estrangeiro", afirma José Vicente Ferraz, da FNP Consultoria. Entre os maiores, o Friboi Ltda não quis se pronunciar e o Bertin Ltda informou que não tem interesse.

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