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Frigorífico Margen retoma as exportações


O frigorífico Margen Ltda deve retomar, nesta semana, suas exportações. A indústria, que ficou parada em dezembro, quando seus proprietários foram presos - acusados de sonegação fiscal -, voltou a abater animais no último dia 5. O grupo é um dos maiores do País.

O retorno do Margen deu maior sustentação ao mercado, segundo analistas. No período da crise, os preços pagos ao produtor caíram, em média, 3,3%, segundo dados do Centro de Pesquisa Avançada em Economia Aplicada (Cepea). "Com o Margem de volta, a redução é menor", diz José Vicente Ferraz, da FNP Consultoria. Segundo ele, os valores pagos ao produtor ainda se encontram em queda porque é período de safra. "Mas nas regiões onde havia arrendamento e as indústrias estão paradas, o preço pode cair", afirma Flávio Sisti, da FS Parceria Pecuária.

A empresa está operando com 15 unidades - outras seis eram arrendadas e encontram-se em fase de devolução. Segundo José Antônio Veronesi, gerente de compras do Margen, a capacidade de abate está plena, com cerca de 6 mil animais por dia. "Com a retomada das atividades, voltaremos às exportações", diz Veronesi. Cerca de 15% da produção do grupo é destinada ao mercado externo. Com o fechamento das unidades, alguns contratos tiveram que ter o prazo de entrega alongado e começam a ser embarcados a partir de hoje. Veronesi acredita que a devolução das unidades será feita até o final do mês.

O retorno dos abates foi possível depois de um acordo com o governo federal. Em reunião no Ministério do Trabalho, o Margen garantiu o emprego dos funcionários - exceto nas unidades arrendadas - e, em troca, conseguiu crédito com o Banco do Brasil.

Das seis unidades, três estão em processo adiantado de devolução. Os proprietários das plantas de Aporé e Hidrolândia, em Goiás, e de Paraíso (TO) não quiseram se pronunciar. O grupo Torlim, que tinha duas unidades arrendadas ao Margen há seis meses, em Maringá (PR) e Amambaí (MS) - além de outra para o Marfrig - pretende retomar as atividades em fevereiro. Atualmente, os 1,5 mil funcionários das duas plantas encontram-se em férias. Eduardo Lemos, gestor do grupo, diz que as unidades não mais serão arrendadas e devem voltar à capacidade plena em breve, inclusive com as exportações. Juntas, as plantas abatiam 1,9 mil animais por dia.

Em Senador Guiomar (AC), o frigorífico Novo Milênio está voltando a operar. "Queremos retornar as atividades e ampliar os abates", diz Wilson Balan, gerente da unidade. Segundo ele, atualmente são abatidos 5 mil animais por mês, mas a meta é chegar a 8 mil, com a produção voltada para São Paulo. Hoje a unidade é focada no Amazonas. Ele não sabe se a diretoria decidirá por retomar por conta própria ou arrendar a unidade. Segundo ele, a produção não vai parar, pois um dos donos é prefeito da cidade.

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