CI

Frigorífico Minerva eleva capacidade para exportar carne


O Frigorífico Minerva, terceiro maior exportador de carne bovina do Brasil, deverá elevar em 58%, para 2.700 animais por dia, o volume de abate com a inauguração de uma nova unidade em Palmeiras (GO), em maio. A empresa exporta 80% de sua produção, para cerca de 80 países.

Dois anos após contratar o inglês Iain Mars para ampliar a performance exportadora, o Minerva diz que espera a liberação das vendas para o lucrativo mercado japonês, onde pretende competir com os australianos. A Austrália ficou com quase todo o mercado nipônico depois que o Japão deixou de comprar dos EUA, em dezembro, devido a um caso de vaca louca.

"Atualmente temos mais clientes do que carne, mas ganharemos volume com a nova unidade", afirmou o diretor Iain Mars. "No Japão, mesmo com os altos valores de frete, poderíamos competir com a Austrália, porque nosso custo ainda é bem inferior ao deles".

Dono do maior rebanho comercial do mundo, com 180 milhões de cabeças, o Brasil elevou seus embarques de carne bovina de cerca de 700 mil toneladas em 1999 para 1,3 milhão de toneladas em 2003, ano em que registrou receita de US$ 1,5 bilhão com o produto. O país, que trabalha no exterior com o marketing do boi alimentado a pasto - o que o livraria de doenças como o mal da vaca louca -, está ocupando alguns mercados deixados por exportadores tradicionais depois de problemas sanitários.

"Estamos vendendo muito mais no Oriente Médio, por exemplo. Depois que os Estados Unidos saíram do mercado, a Austrália, que vendia bastante para esta região, direcionou sua produção para o Japão e nós estamos suprindo os árabes", contou Edvar Vilela de Queiroz, presidente do Minerva.

O objetivo da empresa no médio prazo é conseguir exportar carne "in natura" para os Estados Unidos, maior mercado mundial para o produto, e para onde o Brasil só pode vender, no momento, carne cozida e enlatada. "Acho que após as eleições nos EUA (em novembro) conseguiremos, finalmente, a liberação", afirmou Queiroz, salientando que a certificação para vender aos norte-americanos abriria outros mercados como o México, o Caribe e alguns países da Ásia, que seguem as normas dos Estados Unidos.

Mars, que antes de vir para o Brasil trabalhou em processadores de carne na Europa e na Ásia, diz que o custo de produção brasileiro dificilmente pode ser igualado, em parte pela rusticidade do gado zebu e pela ampla disponibilidade de pasto. Além de ampliar o volume de vendas, a empresa quer elevar o valor agregado da carne, por meio e venda direta do produto acabado, com cortes menores que já seguem empacotados seguindo a identidade visual do cliente.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.